segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Nasce o PSOL Pedreira

A semana começa com o nascimento do PSOL, na cidade de Pedreira - SP. Localizada na região metropolitana de Campinas, Pedreira tem 37 mil habitantes, faz parte do Circuito das Águas e sua principal atração é o comércio de louças e porcelanas.
Dois jovens potenciais militantes procuraram o PSOL Campinas interessados em fundar o partido na cidade. Após duas reuniões de debates, discussões e apresentação do partido, o PSOL/Pedreira está sob a coordenação de Murilo Homem e Cassio Scabora. A principal carência política detectada pelos jovens é a falta de participação nas decisões da Câmara Municipal. Os vereadores são ausentes da sociedade, as sessões parlamentares não duram mais do que dez minutos, não há discussão de temas elementares com participação popular e a tomada das decisões importantes são alheias ao conhecimento dos cidadãos. Para além deste tópico, foram discutidas outras carências na cidade e os militantes já têm várias idéias de atuação política de esquerda no município. Dentre elas, está o exemplo dado por Campinas de manter uma barraca no centro da cidade, aos sábados, com lutas municipais (abaixo assinado por escolas, creches, postos de saúde ou qualquer demanda popular), estaduais (repressão do governo Serra entre outras) e/ou nacionais (reformas neoliberais do governo Lula, corrupção, privatização).
A militância de casa em casa é outro eixo que Homem e Scabora pretendem atuar. Com o foco na educação política popular, a idéia é convocar a população da cidade para cursos de formação política e preparar a massa para as lutas que terão mais para frente.
O PSOL/Campinas prestará todo o apoio logístico aos militantes de Pedreira para difundir as sementes revolucionárias pela região.

É o PSOL crescendo e recuperando a luta política da classe trabalhadora com a força da juventude.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Marcha contra as reformas é um sucesso!

Mais de 30.000 militantes de esquerda se unem em Brasília para dizer não as Reformas. Com uma faixa que diz “Tirem as mãos da nossa aposentadoria” abrem a caminhada. É bonito de ver que a pista principal da avenida que leva à Esplanada dos Ministérios já está totalmente tomada.

Um pequeno carro alegórico, levado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, traz bonecos do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, vestido de morte, e de Lula, queimando uma carteira de trabalho.

Estão presentes muitas organizações e entidades. Até o momento, é possível ver faixas e bandeiras do PSOL e do PSTU, da Intersindical, do MTST, da Conlutas, da Frente de Luta contra a Reforma Universitária e da Conlute. Além dessas, são muitos os sindicatos que participam do ato, como Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas, Sindicato dos Químicos Unificados de Campinas, Adunicamp, entre outros.



terça-feira, 23 de outubro de 2007

"Tropa de Elite" estado de exceção no país

Laymert Garcia dos Santos
Especial para a Folha

Tropa de Elite" está dividindo seus espectadores entre os que o defendem como um filme crítico da "realidade brasileira" e os que o qualificam como "fascista" por tomar partido da violência policial contra "os pobres".
No entanto parece ter ficado de fora da polêmica um aspecto essencial de sua construção e da perspectiva desenhada pelo diretor José Padilha: o princípio operatório que lhe confere inteligibilidade.
Com efeito, nesta ficção que se apresenta como um documentário, o que fica evidente é que, no Brasil contemporâneo, não existe mais sociedade -o Estado de Direito e a cidadania sumiram pelo ralo e impera a lei da selva (convém lembrar, porém, que se trata de uma selva construída, e é por isso que os filósofos Francisco de Oliveira e Paulo Arantes têm caracterizado a sociedade brasileira, em seus escritos recentes, como um estado de exceção permanente).
Entretanto, a julgar pela óptica do filme, nem interessa mais desconstruir intelectualmente a selva, porque já teria se tornado consenso que ela não tem nem terá conserto.
É supérfluo analisá-la, a crítica teria ficado sem lugar; e o pensamento daqueles que poderiam ajudar a compreender as relações de poder e dominação -Foucault, Deleuze, Nietzsche e tantos outros- já pode ser desqualificado nas salas de aula das universidades como surreais, juntamente com mauricinhos e patricinhas. Nesse sentido, em termos culturais, "Tropa de Elite" nos põe diante da máxima expressão da série "A Que Ponto Chegamos".
Assim, o filme retrata a "lei" da selva. Mas que lei é essa que, ao mesmo tempo, estrutura a narrativa? O velho e bom princípio biológico darwinista da seleção natural, isto é, a "lei" do mais forte. E se há um "problema" com esse filme, é que ele faz da seleção o seu princípio operatório e a chave do seu sucesso.

Traço comum
"Cidade de Deus", de Fernando Meirelles, explorou a questão da seleção natural pelo seu viés negativo, tal como ela se exerce no mundo miserável do tráfico da periferia. "Tropa de Elite" a explora pelo seu viés positivo, tal como se exerce na aristocracia da polícia.
Mas há um traço comum: ambos glamourizam a violência pura e seduzem o espectador com a atração da afirmação da força sem limites. Diversos filmes do documentarista Harun Farocki, exibidos em junho no Centro Cultural São Paulo, também lidam com o princípio da seleção; mas lá o cineasta tem um "parti-pris" estético-político que é o contrário do de José Padilha.
Trata-se de criar um distanciamento crítico, suscitado pelo comentário do narrador "off", que permita ao espectador perceber como as sociedades disciplinares e de controle ocidentais (fascistas inclusive) operam a seleção dos mais fracos, sejam eles loucos, prisioneiros, deficientes ou operários, para neutralizá-los e/ou eliminá-los.
E Farocki o faz adotando ora a perspectiva do dispositivo que seleciona, ora o ponto de vista do selecionado, mas sempre mostrando, na imagem, a lógica histórico-social da construção da violência. Nesse sentido, Farocki focaliza a violência pura como violência da sociedade. Não é o que acontece no caso de Padilha. Aqui, a voz "off" nos induz a aderir ao eu do narrador... que é o herói.
Em "Tropa de Elite" estamos diante de uma violência pura naturalizada. O "mais forte" é o "campeão", e seu sentido é assegurar a sua reprodução como vencedor. O policial Nascimento só pode "retirar-se" para cuidar de seu filho quando e porque já fez um outro filho dentro do batalhão, capaz de assegurar a continuidade da espécie.
É interessantíssimo observar o modo como a formação dos eleitos da tropa de elite se inscreve no interior da narrativa policial tradicional quase como um filme dentro do filme.

"Nascido para Matar"
Stanley Kubrick também dedicara parcela importante de seu "Nascido para Matar" para mostrar os horrores e as humilhações inflingidos aos soldados. Mas ali o objetivo visava a desvendar de que modo a máquina militar norte-americana os desumanizava até que se tornassem máquinas de matar.
Em "Tropa de Elite" o resultado é outro, pois, mesmo com toda a ambigüidade do mundo e as angústias do personagem Nascimento, a mensagem que fica é que nem tudo está perdido no Brasil porque, apesar de tudo, há homens que são "homens". E eles nasceram para matar... os bandidos pobres, é claro. Vale dizer: para fazer "saneamento básico", eliminar os inaproveitáveis.
E é aí que o princípio da seleção natural encontra uma perspectiva societária: ao se afirmar dentro dos parâmetros da seleção natural, o mais forte afirma o seu "direito" de fazer limpeza social. Desse modo, a seleção natural positiva se completa com a seleção natural negativa, e os mais fortes de cima se irmanam com os mais fortes vindos de baixo, numa mesma cruzada. Não é à toa que o herdeiro de Nascimento no batalhão é o negro pobre, mas inteligente, que "chega lá".
O filme de Padilha não é apenas a legitimação da boa polícia. É a legitimação dela como vetor de consagração do estado de exceção em que vivemos.

LAYMERT GARCIA DOS SANTOS é sociólogo e professor titular do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp (SP).

Hoje: ato contra as reformas em Campinas

Hoje, às 17hs, na praça do Rosário, centro de Campinas, acontecerá o ato contra as reformas.
Esta manifestação antecederá a saída dos ônibus para a grande Marcha em Brasília, que será amanhã, às 8hs da manhã, em frente ao palácio.
Se você não pode ir à Brasília, junte-se a nós na defesa dos direitos do trabalhador e marque presença no ato em Campinas. Se você vai à Brasília, os ônibus estão com partida programada para as 18hs, com margem de meia-hora de atraso. Todos juntos, vamos protestar!!!

Grupo de estudos marxistas

No último domingo, a juventude do PSOL reuniu-se para o primeiro encontro do grupo de estudos marxistas. "O Manifesto Comunista" foi a obra introdutória de discussão do curso que têm duração programada de um ano a um ano e meio. O grupo é aberto a todos os interessados no aprofundamento das obras de Karl Marx. O quórum de participantes foi alto e o debate de qualidade.


Élcio e César conduziram o grupo de estudo com maestria. A primeira parte foi um mapeamento cognitivo sobre o conhecimento dos participantes em Marx, depois uma apresentação da obra e, em seguida, abriu-se o debate para interpretações, colocações, intervenções e discussões. O estudo começou às 9h30 e terminou às 12h30, na sede do PSOL.


Grupo de estudos marxistas
Um domingo por mês
das 9h às 12h
Sede do PSOL - Centro

Quem estiver interessado, por favor, entre em contato.
Ana Clara (19) 9161-8990
Elcio (19) 9268-5362

anaclarapsol@gmail.com
psolcampinas50@gmail.com

Fotos Ale Moya

Galeria de Fotos - 40 anos sem Che

Debate da semana "40 anos sem Che Guevara", no salão vermelho da prefeitura de Campinas, dia 18 de outubro.
O evento foi aberto a toda população e teve repercussão na imprensa local. A juventude PSOL Campinas acompanhou o evento além de líderes sindicais, de movimentos sociais e sociedade civil.
Rafael Prata, assessor de comunicação da Flaskô, abriu o debate contextualizando a revolução venezuelana e sua importância no Brasil. Rafael Moya, do movimento de solidariedade à Cuba, anfitrião do evento, conduziu as falas e trouxe à tona as variáveis que compõe o processo revolucionário em nosso país. O debate prosseguiu com a representante bolivariana e, por fim, a vereadora Marcela Moreira expôs a influência e a importância do exemplo de Che para a sociedade que queremos construir.
De maneira geral, mesmo com os ataques da direita aos ícones, ou melhor, aos vencedores da árdua luta socialista, Che Guevara não deixa de ser polêmico e, por esta via, sempre lembrado. Criar polêmica -- em um mundo onde o conformismo, a alienação política e o capitalismo são a regra -- é sempre uma forma de luta. Neste sentido, Che Guevara está vivo e lutando.
Depois do debate, teve uma festa no Bar "Na Lata". A juventude do PSOL e os demais participantes puderam aproveitar bebida, música e muita dança cubanas. Afinal, a gente também se diverte.



Fotos Ale Moya

Galeria de Fotos - Tirem as mãos da Venezuela

Juventude do PSOL no lançamento da Campanha nacional "hands off Venezuela", na Assembléia Legislativa de São Paulo, dia 11 de outubro. Com a presença do cônsul venezuelano, Jorge Centeño e o deputado do PSOL, Raul Marcelo.





Fotos Ale Moya

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Tropa de Elite: a criminalização da pobreza

De Ivan Pinheiro


"Homem de preto.

Qual é sua missão?

É invadir favela

E deixar corpo no chão"

(refrão do BOPE)


Não dá cair no papo furado de que "Tropa de Elite" é "arte pura" ou "obra aberta". Um filme sobre questões sociais não podia ser neutro. Trata-se de uma obra de arte objetivamente ideológica, de caráter fascista, que serve à criminalização e ao extermínio da pobreza. É possível até que os diretores subjetivamente não quisessem este resultado, mas apenas ganhar dinheiro, prestígio e, quem sabe, um Oscar. Vão jurar o resto da vida que não são de direita. Aliás, você conhece alguém no Brasil, ainda mais na área cultural, que se diga de direita?

Como acredito mais em conspirações do que no acaso, não descarto a hipótese de o filme ter sido encomendado por setores conservadores. Estou curioso para saber quais foram os mecenas desta caríssima produção, que certamente foi financiada por incentivos fiscais.

O filme tem objetivos diferentes, para públicos diferentes. Para os proletários das comunidades carentes, o objetivo é botar mais medo ainda na "caveira" (o BOPE, os "homens de preto"). O vazamento escancarado das cópias piratas talvez seja, além de uma estratégia de marketing, parte de uma campanha ideológica. A pirataria é a única maneira de o filme ser visto pelos que não podem pagar os caros ingressos dos cinemas. Aliás, que cinemas? Não existe mais um cinema nos subúrbios, a não ser em shopping, que não é lugar de pobre freqüentar, até porque se sente excluído e discriminado.

No filme, os "caveiras" são invencíveis e imortais. O único que morre é porque "deu mole". Cometeu o erro de ir ao morro à paisana, para levar óculos para um menino pobre, em nome de um colega de tropa que estava identificado na área como policial. Resumo: foi fazer uma boa ação e acabou assassinado pelos bandidos.

Para as classes médias e altas, o objetivo do filme é conquistar mais simpatia para o BOPE, na luta dos "de cima", que moram embaixo, contra os "de baixo", que moram encima.

Os "homens de preto" são glamourizados, como abnegados e incorruptíveis. Apesar de bem intencionados e preocupados socialmente, são obrigados a torturar e assassinar a sangue frio, em "nosso nome". Para servir à "nossa sociedade", sacrificam a família, a saúde e os estudos. Nós lhes devemos tudo isso! Portanto, precisam ser impunes. Você já viu algum "caveira" ser processado e julgado por tortura ou assassinato? "Caveira" não tem nome, a não ser no filme. A "Caveira" é uma instituição, impessoal, quase secreta.

Há várias cenas para justificar a tortura como "um mal necessário". Em ambas, o resultado é positivo para os torturadores, ou seja, os torturados não resistem e "cagüetam" os procurados, que são pegos e mortos, com requintes de crueldade. Fica outra mensagem: sem aquelas torturas, o resultado era impossível.

Tudo é feito para nos sentirmos numa verdadeira guerra, do bem contra o mal. É impossível não nos remetermos ao Iraque ou à Palestina: na guerra, quase tudo é permitido. À certa altura, afirma o narrador, orgulhoso: "nem no exército de Israel há soldados iguais aos do BOPE".

Para quem mora no Rio, é ridículo levar a sério as cenas em que os "rangers" sobem os morros, saindo do nada, se esgueirando pelas encostas e ruelas, sem que sejam percebidos pelos olheiros e fogueteiros das gangues do varejo de drogas! Esta manipulação cumpre o papel de torná-los ainda mais iinvencíveis e, ao mesmo tempo, de esconder o estigmatizado "Caveirão", dentro do qual, na vida real, eles sobem o morro, blindados. O "Caveirão", a maior marca do BOPE, não aparece no filme: os heróis não podem parecer covardes!

O filme procura desqualificar a polêmica ideológica com a esquerda, que responsabiliza as injustiças sociais como causa principal da violência e marginalidade. Para ridicularizar a defesa dos direitos humanos e escamotear a denúncia do capitalismo, os antagonistas da truculência policial são estudantes da PUC, "despojados de boutique", que se dão a alguns luxos, por não terem ainda chegado à maioridade burguesa.

Os protestos contra a violência retratados no filme são performances no estilo "viva rico", em que a burguesia e a pequena-burguesia vão para a orla pedir paz, como se fosse possível acabar com a violência com velas e roupas brancas, ou seja, como se tratasse de um problema moral ou cultural e não social.

A burguesia passa incólume pelo filme, a não ser pela caricatura de seus filhos que, na Faculdade, fumam um baseado e discutem Foucault. Um personagem chamado "Baiano" (sutil preconceito) é a personificação do tráfico de drogas e de armas, como se não passasse de um desses meninos pobres, apenas mais espertos que os outros, que se fazem "Chefe do Morro" e que não chegam aos trinta anos de idade, simples varejistas de drogas e armas, produtos dos mais rentáveis do capitalismo contemporâneo. Nenhuma menção a como as drogas e armas chegam às comunidades, distribuídas pelos grandes traficantes capitalistas, sempre impunes, longe das balas achadas e perdidas. E ainda responsabilizam os consumidores pela existência do tráfico de drogas, como se o sistema não tivesse nada a ver com isso!

O Estado burguês também passa incólume pelo filme. Nenhuma alusão à ausência do Estado nas comunidades carentes, principal causa do domínio do banditismo. Nenhuma denúncia de que lá falta tudo que sobra nos bairros ricos. No filme, corrupção é um soldado da PM tomar um chope de graça, para dar segurança a um bar. Aliás, o filme arrasa impiedosamente os policiais "não caveiras", generalizando- os como corruptos e covardes, principalmente os que ficam multando nossos carros e tolhendo nossas pequenas transgressões, ao invés de subirem o morro para matar bandido.

A grande sacada do filme é que o personagem ideológico principal não é o artista principal. Este, branco, é o que mais mata. Ironicamente, chama-se

Nascimento. É um tipo patológico, messiânico, sangüinário, que manda um colega matar enquanto fala ao celular com a mulher sobre o nascimento do filho.

Mas para fazer a cabeça de todos os públicos, tanto os "de cima" como os "de baixo", o grande e verdadeiro herói da trama surge no final: Thiago, um jovem negro, pacato, criado numa comunidade pobre, que foi trabalhar na PM para custear seus estudos de Direito, louco para largar aquela vida e ser advogado. Como PM, foi um peixe fora d'água: incorruptível, respeitava as leis e os cidadãos. Generoso, foi ele quem comprou os óculos para dar para o menino míope. Sua entrada no BOPE não foi por vocação, mas por acaso.

Para ficar claro que não há solução fora da repressão e do extermínio e que não adianta criticar nem fazer passeata, pois "guerra é guerra", nosso novo herói se transforma no mais cruel dos "caveiras" da tropa da elite, a ponto de dar o tiro de misericórdia no varejista "Baiano", depois que este foi torturado, dominado e imobilizado. Para não parecer uma guerra de brancos ricos contra negros pobres, mas do bem contra o mal, o nosso herói é um "caveira" negro, que mata um bandido "baiano", de sua própria classe, num ritual macabro para sinalizar uma possibilidade de "mobilidade social", para usar uma expressão cretina dos entusiastas das "políticas compensatórias".

A fascistização é um fenômeno que vem sendo impulsionado pelo imperialismo em escala mundial. A pretexto da luta contra o terrorismo, criminalizam- se governos, líderes, povos, países, religiões, raças, culturas, ideologias, camadas sociais.

Em qualquer país em que "Tropa de Elite" passar, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, o filme estará contribuindo para que a sociedade se torne mais fascista e mais intolerante com os negros, os imigrantes de países periféricos e delinqüentes de baixa renda.

No Brasil, a mídia burguesa há muito tempo trabalha a idéia de que estamos numa verdadeira guerra, fazendo sutilmente a apologia da repressão. Sentimos isso de perto. Quantas vezes já vimos pessoas nas ruas querendo linchar um ladrão amador, pego roubando alguma coisa de alguém? Quantas vezes ouvimos, até de trabalhadores, que "bandido tem que morrer"?

Se não reagirmos, daqui a pouco a classe média vai para as ruas pedir mais BOPE e menos direitos humanos e, de novo, fazer o jogo da burguesia, que quer exterminar os pobres, que só criam problemas e ainda por cima não contam na sociedade de consumo. Daqui a pouco, as milícias particulares vão se espalhar pelo país, inspiradas nos heróicos "homens de preto", num perigoso processo de privatização da segurança pública e da justiça. Não nos esqueçamos do modelo da "matriz": hoje, os mais sangüinários soldados americanos no Iraque são mercenários recrutados por empresas particulares de segurança, não sujeitos a regulamentos e códigos militares.

Parafraseando Bertolt Brecht, depois vai sobrar para nós, que teimamos em lutar contra o fascismo e a barbárie, sonhando com um mundo justo e fraterno.

A trilha sonora do filme já avisou:

"Tropa de Elite,

Osso duro de roer,

Pega um, pega geral.

Também vai pegar você!"


sábado, 20 de outubro de 2007

O que acontece na Unifesp

De Erika Sigg

Primeiramente agradeço ao apoio.
E, seguida mais detalhes sobre os acontecimentos.

É o seguinte, quem delibera a burocracia na Unifesp é o COnselho Universitário (CONSU), que é formado por 75 professores titulares (que ganham o cargo por meritocracia!!!, 15 funcionário e 5 estudantes - 1 por campus. Ou seja, é completamente desigual e excludente. Os estudantes não podem participar nem ao menos como ouvintes. Em outras reuniões do Consu entramos na sala e fomos expulsos. Durante o feriado, a única representante oficial do campus no Consu, recebeu um e-mail avisando que a reunião para aprovar o projeto do REUNI seria quarta-feira, 17 de outubro, pela manhã. Nos organizamos às pressas para um ato, pois repudiamos o REUNI. Foram ao ato 15 mulheres e 5 homens. Ao chegarem havia seguranças da universidade exigindo carteirinha e quando viram que eram de Guarulhos falaram que "Guarulhos não pode entrar". A nossa representante entrou na reunião e os outros manifestantes foram atrás. Nesse momento os seguranças já começaram a bater em todos, socos, pontapés, chutes. Não distinguiam mulheres e homens - mais de 20 seguranças com as identificações escondidas. Os estudantes caídos no chão continuavam apanhando, a ponto de um companheiro nosso cair e irem 4 seguranças para cima dele com chutes. Seis companheiros se feriram mais gravemente. Foram para a delegacia fazer o B.O. Os que tinham lesão corporal visível fizeram o B.O. e exame de corpo de delito. Aos que foram agredidos mas não tinham lesão aparente foi negado, na delegacia, o B.O. Por tudo isso, e por melhores condições de ensino no campus, que está precário, real participação e assistência estudantil, estamos em greve e com o administrativo do campus Guarulhos ocupado.

Qualquer dúvida: 9167 0967

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Tropa de choque na ocupação Santo André

A polícia entrou na ocupação, nesta madrugada, e interviu novamente.
Veja mais em www.ocupacaofsa.blogspot.com

UNIFESP - Em greve e ocupada

De Erika Sigg

Devido ao acontecimentos - UNIFESP Guarulhos está em greve e ocupada.
Quem puder nos apoiar de qualquer forma será de grande ajuda.

Contato: 9167 0967

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Julgamento de companheiros

De Ciro Moraes

Dia 22,
às 15h30, no Juizado Especial, av. Abraão Ribeiro, 313, 1º and., rua 7 fim do corredor, Barra Funda, será a audiência dos diretores do sindicato dos metroviários de S. Paulo. São eles: Ciro Moraes, Paulo Pasin e Pedro Augustineli, acusados pelo governo do Estado de sabotagem do transporte público em decorrência da mobilização e atraso da operação comercial do Metrô em 2 horas, no dia 23 de Abril -- contra a emenda 3 que possibilitaria a contratação de trabalhadores sem os direitos previstos na CLT. Enquanto isso, não foram tipificados os responsáveis pelas mortes na obra do Metrô na linha 4 em Pinheiros, tampouco apontados os responsáveis pelos acidentes aéreos de Mato Grosso e de Congonhas.
É a Justiça como ferramenta de opressão usada a favor dos inimputáveis poderosos de plantão.

Resposta para Luciano Huck

De CocadaBoa

Nosso amigo Luciano Huck teve seu Rolex roubado nessa semana. Como todo cidadão indignado que se preza, ele mandou uma carta-desabafo para o seu jornal predileto. O problema dessas cartas indignadas de jornal são

1 - alguém só se presta a escrever uma quando toma no **, e
2 - elas nunca recebem uma resposta.

Então resolvi escrever uma por minha conta. Segue os trechos da carta do Luciano comentados pontualmente.

Pago todos os impostos. E, como resultado, depois do cafezinho, em vez de balas de caramelo, quase recebo balas de chumbo na testa.
Por que todo "cidadão indignado", principalmente se for rico, começa o seu discurso sempre com o clichê: "pago todos os impostos". Porra, isso faz dele um cidadão especial? É um ticket que dá direito a reclamar com mais razão? "Pago meus impostos" não é argumento para absolutamente nada, então já começou errando... Ah, e sem comentários sobre as balas de caramelo depois de um cafezinho. Quem diabos come caramelo depois do café?

Por quê? Por causa de um relógio.
Um Rolex. De valor suficiente para alimentar uma família numerosa durante uns 2 anos. Uma tonelada de feijão condensada no seu pulso para mostrar o quanto você é mais bem sucedido que os outros.

Como brasileiro, tenho até pena dos dois pobres coitados montados naquela moto com um par de capacetes velhos e um 38 bem carregado.
Pena? Desses caras é para sentir medo. Pena você devia ter da sua mucamba, que vai ter que lavar a sua cueca Calvin Klein borrada.

Provavelmente não tiveram infância e educação, muito menos oportunidades. O que não justifica ficar tentando matar as pessoas em plena luz do dia. O lugar deles é na cadeia.
E o seu lugar é enjaulado num condomínio de luxo.

Agora, como cidadão paulistano, fico revoltado. Juro que pago todos os meus impostos, uma fortuna. E, como resultado, depois do cafezinho, em vez de balas de caramelo, quase recebo balas de chumbo na testa.
De novo o papo de imposto... Uma fortuna? Você paga uma fortuna porque ganha uma fortuna. A carga tributária é a mesma para todos. Ou não. Corrijo: os ricos pagam proporcionalmente menos.

Adoro São Paulo.
Há! Finalmente um pouco de humor!

É a minha cidade. Nasci aqui. As minhas raízes estão aqui. Defendo esta cidade. Mas a situação está ficando indefensável. Passei um dia na cidade nesta semana -moro no Rio por motivos profissionais- e três assaltos passaram por mim. Meu irmão, uma funcionária e eu. Foi-se um relógio que acabara de ganhar da minha esposa em comemoração ao meu aniversário. Todos nos Jardins, com assaltantes armados, de motos e revólveres. Onde está a polícia? Onde está a "Elite da Tropa"? Quem sabe até a "Tropa de Elite"! Chamem o comandante Nascimento! Está na hora de discutirmos segurança pública de verdade.
Ah! Agora está na hora! Vamos discutir de verdade! Porque antes estávamos discutindo de brincadeira. Mas, agora que você escreveu esta carta indignada, todos vamos deixar as estripulias de lado e discutir para valer.

Tenho certeza de que esse tipo de assalto ao transeunte, ao motorista, não leva mais do que 30 dias para ser extinto.
Claro! E ninguém acaba com isso porque estão todos de brincadeira, ninguém quer levar o problema a sério.

Dois ladrões a bordo de uma moto, com uma coleção de relógios e pertences alheios na mochila e um par de armas de fogo não se teletransportam da rua Renato Paes de Barros para o infinito.
Se transportam para o Capão Redondo ou Heliópolis, que para a galera dos Jardins fica muito além do infinito.

Passo o dia pensando em como deixar as pessoas mais felizes e como tentar fazer este país mais bacana. TV diverte e a ONG que presido tem um trabalho sério e eficiente em sua missão. Meu prazer passa pelo bem-estar coletivo, não tenho dúvidas disso.
Aham... 15 mil Reais na "Superchance" dá um bem estar para um infeliz por semana. Parabéns.

Confesso que já andei de carro blindado, mas aboli. Por filosofia.
Filosofia... Foi Platão que disse: "Homens ficam mais atraentes em carros conversíveis."

Concluí que não era isso que queria para a minha cidade. Não queria assumir que estávamos vivendo em Bogotá. Errei na mosca. Bogotá melhorou muito. E nós? Bem, nós estamos chafurdados na violência urbana e não vejo perspectiva de sairmos do atoleiro.
Bogotá, a cidade da Colômbia? Ou "Bogotá", o apelido do apartamento da Narcisa?

Escrevo este texto não para colocar a revolta de alguém que perdeu o rolex, mas a indignação de alguém que de alguma forma dirigiu sua vida e sua energia para ajudar a construir um cenário mais maduro, mais profissional, mais equilibrado e justo e concluir -com um 38 na testa- que o país está em diversas frentes caminhando nessa direção, mas, de outro lado, continua mergulhado em problemas quase "infantis" para uma sociedade moderna e justa.
Alguns chamam isso de "choque de realidade".

De um lado, a pujança do Brasil. Mas, do outro, crianças sendo assassinadas a golpes de estilete na periferia, assaltos a mão armada sendo executados em série nos bairros ricos, corruptos notórios e comprovados mantendo-se no governo.
Você sabe de que lado está, né? E você sabe que deu sorte, né?

Nem Bogotá é mais aqui. Onde estão os projetos? Onde estão as políticas públicas de segurança? Onde está a polícia? Quem compra as centenas de relógios roubados?
Poderia dizer "eu". Mas mesmo assim o preço de um roubado é maior do que a minha renda permite.

Onde vende?
http://lista.mercadolivre.com.br/rolex

Não acredito que a polícia não saiba. Finge não saber.
Falta informatização nas delegacias.

Alguém consegue explicar um assassino condenado que passa final de semana em casa!? Qual é a lógica disso? Ou um par de "extraterrestres" fortemente armado desfilando pelos bairros nobres de São Paulo?
"Fortemente Armado"? Com um 38? Fala sério... Tem certeza que você mora no Rio? E enquanto você enxergar os que não pertencem a sua casta como "extraterrestres" vai ser difícil te levarem a sério.

Estou à procura de um salvador da pátria.
Procura o Lima "Sassá Mutema" Duarte aí no Projac.

Pensei que poderia ser o Mano Brown, mas, no "Roda Vida" da última segunda-feira, descobri que ele não é nem quer ser o tal.
A rima foi proposital?

Pensei no comandante Nascimento, mas descobri que, na verdade, "Tropa de Elite" é uma obra de ficção e que aquele na tela é o Wagner Moura, o Olavo da novela.
Aham! Tudo que foi mostrado no "Tropa de Elite" é uma obra de ficção. Nada daquilo acontece nas favelas. Qualquer semelhança do Capitão Nascimento com qualquer Capitão do BOPE é mera coincidência. Você tem uma bela percepção do que é real e do que é ficção, parabéns!

Pensei no presidente, mas não sei no que ele está pensando.
Se ele soubesse escrever, te faria talvez uma resposta como a minha.

Enfim, pensei, pensei, pensei. Enquanto isso, João Dória Jr. grita: "Cansei". O Lobão canta: "Peidei". Pensando, cansado ou peidando, hoje posso dizer que sou parte das estatísticas da violência em São Paulo.
Bem vindo ao clube! Eu também sou! Dois carros (que somados devem valer o seu Rolex)! E também já tive o privilégio de ter duas armas apontadas para mim.

E, se você ainda não tem um assalto para chamar de seu, não se preocupe: a sua hora vai chegar.
Esqueceu de mencionar que eles não vão poder reclamar na Folha.

Desculpem o desabafo,
Desculpo não. Quem tem que ouvir teu desabafo é seu psicólogo.

mas, hoje amanheci um cidadão envergonhado de ser paulistano, um brasileiro humilhado por um calibre 38 e um homem que correu o risco de não ver os seus filhos crescerem por causa de um relógio. Isso não está certo.
No tempo que você escreveu o seu desabafo, mais dezenas de pessoas foram assaltadas em São Paulo. Ele não muda nada. E nem vai mudar. Seu discurso é irrelevante.

LUCIANO HUCK, 36, apresentador de TV, comanda o programa "Caldeirão do Huck", na TV Globo. É diretor-presidente do Instituto Criar de TV, Cinema e Novas Mídias.
MrManson, 28, diretor presidente do Cocadaboa e da ONG "Webcam para todas".

Estudantes apanham na UNIFESP, em Guarulhos

REPÚDIO
De Érica Sikk

Sou estudante da UNIFESP - campus Guarulhos.
Em ato na reitoria, hoje de manhã (17/10/2007), contra o REUNI, os estudantes do campus levaram socos, murros, pontapés da segurança da universidade e seguranças privados. Alguns ficaram bastante feridos. E quebraram nosso megafone - nossa única arma, além de nossa voz e consciência.
A reitoria da UNIFESP se gaba da Escola Paulista de Medicina - mas não conta que desce o cacete em estudante.

Por favor, contem pra todo mundo.

Não podemos deixar que um ato como esse acabe entre as paredes da UNIFESP.
Quem quiser mais informações sobre os acontecimentos pode ligar para 9167 0967 ou mandar um e-mail para o CACS - Centro Acadêmico de Ciências Sociais cacs.unifesp@gmail.com

Reunião Comitê contra criminalização dos movimentos sociais

Hoje, às 18hs, no Sinsprev, em SP - pouco antes do debate dos 40 anos sem Che Guevara -, acontecerá a reunião do Comitê contra a criminalização dos movimentos sociais.
A pauta é o fechamento da carta-manifesto a ser distribuída no dia da marcha em Brasília, 24 de outubro. Outro tema que percorre a reunião é o amadurecimento das idéias para a identidade visual e o logo da campanha.
É de interesse geral que todos possam contribuir e comparecer uma vez que, dentro da concepção do comitê, a idéia é reunir os movimentos que vêm sofrendo repressão constantemente na defesa pelos direitos da população. Desta forma, podemos nos organizar e nos fortalecer mutuamente.

II Mostra de Curta Audiovisual em Campinas

A II Mostra Curta Audiovisual será realizada em Campinas de 19 a 26 de Outubro de 2007 em quatro salas de exibição da cidade: Centro de Ciências, Letras e Artes; Auditório do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UNICAMP , Cineclube Taturana e Museu da Imagem e do Som, núcleo do evento.

Uma seleção de 98 curtas-metragens distribuídos em sessões, quatro oficinas* práticas: Bricolagem Audiovisual, Iniciação às técnicas de animação, Cinema e Arquitetura e Cineclubismo, debates com profissionais e atividades especiais compõem a programação.

Nesta segunda edição a mostra amplia-se mantendo os mesmos objetivos: estimular a produção audiovisual em Campinas e região, divulgar o cinema e o vídeo nacional de curta-metragem e trazer ao público da cidade discussões acerca deste formato

Consulte a programação completa no site: www.mostracurta.art.br .

Todas as atividades da Mostra são totalmente gratuitas desde as inscrições até a participação nas oficinas, debates e sessões.

*inscrições para as oficinas estarão abertas de 08/10 à 19/10 pelo site e na sede do Museu da Imagem e do Som de Campinas.



Mariana Atauri Maurer
Carla Sandim e Luiz

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Ato amanhã contra a colocação do vidro

Toda a juventude campineira e a militância do PSOL estão convocadas para o ato, amanhã, terça-feira, às 17h30, contra a colocação do vidro na Prefeitura de Campinas.
Com o argumento de segurança, o atual prefeito está restringindo o acesso público no espaço da Prefeitura. O local, por ser bastante arborizado e dispor de um espaço amplo, sempre foi ponto de encontro, passeios e, principalmente, manifestações populares. A colocação do vidro impedirá o livre fluxo de pessoas e fará de um dos pontos mais freqüentados da cidade um local de explícita restrição e discriminação social.
Não deixe seu local de reivindicação ser limitado com argumentos de direita e preconceituosos. Nem Magalhães Teixeira, nem Chico Amaral, nem Izalene Tiene desacataram tanto assim o espaço do povo.

Vamos lutar pelo acesso livre ao espaço público!

Você não precisa ser, necessariamente, militante do partido para participar. Se você sente vontade e quer lutar pelos seus direitos, venha fazer parte deste ato. Será muito bem acolhido. Conquiste seus direitos como cidadão campineiro.

O que quer Heloísa Helena?

Por Gilberto Maringoni
membro do Diretório Nacional do PSOL

Presidente do partido ataca publicamente resolução do I Congresso sobre descriminalização do aborto. É uma prática autoritária e antidemocrática, que precisa acabar.

O PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE (PSOL) ESTÁ SOB ATAQUE. A agressão não vem da direita, do governo ou da imprensa. Ela parte de quem, em tese, deveria ser a principal defensora das decisões da agremiação, sua presidente Heloísa Helena Lima de Moraes Carvalho. Derrotada democraticamente no debate sobre o direito ao aborto, no Congresso do partido, ela está, publicamente, investindo contra e desqualificando a posição coletiva. Se formos ao pé da letra, a ex-senadora está abrindo uma dissidência.

Vamos explicar o caso. Entre os dias 7 e 10 de junho último, o PSOL realizou seu I Congresso Nacional, no Rio de Janeiro. Foi o mais importante esforço coletivo que o partido realizou até hoje. Uma das principais resoluções, debatida e aprovada por ampla maioria, diz o seguinte:
“O PSOL defende a descriminalização e legalização do aborto, conjugadas a uma política de saúde sexual e reprodutiva nos marcos do SUS (Sistema Único de Saúde), universal, pública, de qualidade”.

Como afirma uma nota aprovada pelo Diretório Regional de São Paulo, dois meses depois,

“Além de esta resolução representar um grande avanço para o partido e de sintonizá-lo com uma bandeira histórica das lutas das mulheres brasileiras, ela integra um conjunto de deliberações que visam construir uma alternativa à esquerda em nosso país, baseada numa cultura política solidária, fraterna, democrática e coletiva”.

Pois bem. Qual não foi a surpresa da militância ao saber, pela imprensa, que a presidente do partido foi uma das principais oradoras no lançamento de um certo “Movimento Brasil sem Aborto", no último dia 1º de agosto e de uma “Marcha Nacional da Cidadania em Defesa da Vida”, sobre o mesmo tema, quinze dias depois, em Brasília. Presentes, estavam alguns dos setores mais conservadores de diversas igrejas. Entre várias declarações, a ex-senadora afirmou que “A legalização do aborto não é uma proposta moderna. É conservadora e reacionária”.
www.cnbb.org.br/index.php?op=noticia&subop=16111 .

Ninguém pode exigir que a ex-senadora Heloísa Helena contrarie suas legítimas convicções individuais e se engaje numa campanha pela descriminalização do aborto. Ao mesmo tempo, por suas responsabilidades no PSOL, ela não pode militar publicamente contra uma deliberação da maior instância partidária. Questiona-se aqui a possibilidade de um dirigente atacar externamente uma resolução interna".

Quatro diretórios estaduais – São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Ceará – aprovaram notas protestando contra a atuação da presidente do PSOL e solicitando explicações à Executiva Nacional. Embora a ex-senadora tenha ventilado suas opiniões abertamente, os quatro diretórios decidiram não fazer um debate público.

EXECUTIVA IGNOROU ASSUNTO

Após o Congresso, a Executiva Nacional reuniu-se uma única vez e não tratou do assunto. Mesmo assim, após Heloísa Helena ter recebido as mensagens dos Estados, vários militantes acharam que ela, sensível ao apelo, acataria a resolução congressual.
Não é o que vem acontecendo. No último dia 10 de outubro, a ex-senadora participou de uma audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados. Segundo o portal da instituição, a pauta era a “Descriminalização do aborto provocado pela própria gestante ou com o seu consentimento (Projeto de Lei 1135/91). Atualmente, a legislação prevê detenção de um a três anos para esses casos”. Na sessão, a dirigente ampliou sua militância antipartidária e antifeminista. Segundo o noticiário da Câmara,

“A ex-senadora Heloísa Helena afirmou que o aborto não pode ser classificado como um dos principais temas de saúde pública, pois considera que a quantidade de mortes provocada pela prática é muito pequena”.

Mais adiante, ela declarou que elevar o assunto ao topo dos problemas de saúde pública é uma "farsa técnica e uma fraude política".
www2.camara.gov.br/internet/homeagencia/materias.html?pk=111708&searchterm=heloisa

É lamentável que uma dirigente socialista externe posições tão obscurantistas e atrasadas, aliando-se nessa empreitada a setores sociais reacionários. Com tal gesto, Heloísa Helena coloca-se à direita do Ministério da Saúde e da Ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que emitiram opiniões favoráveis ao direito à interrupção da gravidez.

O pior é que ao fazer isso, a ex-candidata a presidência da República desmoraliza o que centenas de delegados de todo o Brasil aprovaram, após uma extenuante jornada de debates. O gesto da presidente do PSOL é individualista, autoritário e desmoraliza esforços para a construção de uma nova cultura política de esquerda.

TRADIÇÃO PATRIMONIALISTA

Infelizmente, é larga a tradição brasileira de chefes partidários colocarem-se acima dos coletivos. Isso vem do período imperial, no qual oligarcas regionais dominavam arremedos de agremiações e faziam o que bem entendiam. No século XX, incontáveis caciques políticos abusaram dessa prática. Suas raízes estão no patrimonialismo das classes dominantes, pródigas em enxergarem a coisa pública como extensão de seus domínios. O PSOL não precisa de chefes. Precisa de dirigentes democráticos e socialistas, que rompam com os vícios da política tradicional.

Este tema deve ser um dos principais da pauta do Diretório Nacional do partido, ainda não reunido, quatro meses após o Congresso. Lá, deve-se oferecer à presidente do PSOL duas opções:

1. Não atacar mais publicamente decisões partidárias ou;

2. Licenciar-se de suas funções dirigentes enquanto desejar fazer sua pregação pública contra o partido.

Deve-se debater livremente e depois votar. É o mais democrático.

Uma observação final. Foi dito linhas atrás que esta é uma questão interna. Este artigo só está sendo publicado fora das instâncias partidárias pelo fato de a ex-senadora ter decidido fazer uma disputa pública em matéria na qual foi derrotada internamente. Por larga margem.

PSOL Campinas em "Campanha Hands off Venezuela"

Na última quinta-feira, dia 11 de outubro, a juventude PSOL Campinas acompanhou o lançamento da Campanha "Hands off Venezuela" com a presença do cônsul venezuelano Jorge Duran Casteño e do deputado do PSOL Raul Marcelo, na assembléia legislativa de São Paulo.
As pautas foram o apoio dos partidos à revolução venezuelana, dentre eles, o PSOL; uma breve discussão sobre a nova constituição da Venezuela; o movimento político no país vizinho e quais os impactos da revolução aqui no Brasil. Para além do aprendizado com a organização popular venezuelana, a esquerda brasileira aproveita para analisar a conjuntura e elaborar estratégias de uma atuação mais sistemática no nosso país.
A idéia é difundir a campanha a nível nacional e, principalmente, explicar e conscientizar a população do que acontece na Venezuela, numa espécie de movimento de contra-fluxo das informações distorcidas pela grande mídia brasileira.

Lançamento de livros e seminário nos 90 anos da Revolução Russa

Em comemoração aos noventa anos da Revolução Russa, acontecerá três lançamentos: O ano I da Revolução Russa, de Victor Serge; A Revolução de Outubro, de Leon Trotski; e um dossiê especial sobre o tema na décima edição da revista Margem Esquerda – Ensaios Marxistas .

Ainda em outubro, haverá a semana de debates "Hoje! 90 anos da Revolução que mudou o mundo", sobre os impactos da Revolução de 1917. O evento vai ser realizado na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), em parceria com o Centro Acadêmico de Ciências Sociais, entre os dias 16 e 19. O evento também inclui, no dia 18, uma mesa na Universidade de São Paulo (USP). Nesses eventos, vai reunir importantes intelectuais, com o desafio de analisar a importância histórica e a atualidade da Revolução Russa. (veja abaixo a programação completa)


Escrito na década de 1920, o clássico O ano I da Revolução Russa, de Victor Serge, traz um relato impressionante dos primeiros dias da Revolução e da construção do governo dos sovietes. Serge constrói sua narrativa dando conta dos desafios políticos, econômicos, militares e até mesmo gerenciais (como o abastecimento das grandes cidades e a criação do Exército Vermelho) enfrentados pelos revolucionários. Com uma profusão de dados e um texto cativante, ele descreve não só as mobilizações populares e os debates políticos daqueles dias, mas também a atuação individual dos principais personagens da revolução, como Lenin e Trotski.

A Revolução de Outubro, de Leon Trotski, é um testemunho de um dos principais nomes da Revolução Russa sobre os eventos de 1917 e também uma reflexão sobre a teoria da história e a atuação de indivíduos que resultou na vitória dos bolcheviques. Obra indispensável para aqueles que se interessam pelo período.

"Noventa anos da Revolução Russa" também é o tema do dossiê da revista Margem Esquerda – Ensaios Marxistas n. 10. A ressonância desse acontecimento histórico sobre a Rússia e o mundo atual é analisada por Tony Wood, especialista em história e cultura russa. A historiadora Virgínia Fontes debate a atualidade do pensamento de Lenin, especialmente de sua crítica ferrenha ao imperialismo. Moshe Lewin, um dos mais conhecidos estudiosos da Revolução Russa, explica a dinâmica do governo dos sovietes. A revista ainda traz uma carta-documento do arquiteto Moses Ginzburg a Le Corbusier sobre os impactos das perspectivas revolucionárias sobre a arquitetura e o urbanismo e um texto clássico de Lenin escrito no calor dos acontecimentos de 1917. Vale lembrar também do livro Às portas da Revolução - escritos de Lenin de 1917 de Slavoj Žižek, no qual o filósofo esloveno reúne e analisa de forma original os textos onde Lenin casou reflexão e ação para mudar o mundo.

Participará dos debates na PUC e na USP o sociólogo brasileiro radicado na França Michael Löwy, diretor emérito de pesquisas do Centre National de Recherches Scientifiques (CNRS). Durante o seminário será também lançado o livro As utopias de Michael Löwy, onde alguns dos mais importantes intelectuais brasileiros, como Roberto Schwarz, Francisco de Oliveira, Olgária Mattos e Emir Sader, falam sobre a obra acadêmica, a militância política e a vida de Löwy, um dos poucos a dar conta de forma coerente e integrada destas três dimensões de um verdadeiro intelectual.

HOJE! 90 ANOS DA REVOLUÇÃO QUE MUDOU O MUNDO

Programação

PUC-SP – História, Arte e Revolução

Terça-feira (16/10)

"Arte e Revolução"
Francisco Alambert (USP), Marcos Silva (USP) e Lívia Cotrim (Fund. Santo André)
Horário: 19h
Local: Auditório 134c
Rua Ministro Godói, 969, Perdizes

Quarta-feira (17/10)

"Revolução Russa: Memória e Atualidade"
Michael Löwy (Universidade de Paris), Ricardo Antunes (Unicamp) e Christian Castillo (Universidad de Buenos Aires)
Horário: 19h
Local: Tuca Arena
Rua Monte Alegre, 1024, Perdizes

Quinta-feira (18/10)

"A Mulher e a Revolução"
Sueli Amaral (núcleo de gênero do Serviço Social da PUC-SP), Cecília Toledo (Instituto José Luís e Rosa Sunderman) e Andréa D'Atri (Instituto do Pensamento Socialista – Buenos Aires)
Horário: 19h
Local: Auditório 134c
Rua Ministro Godói, 969, Perdizes

Sexta-feira (19/10)

"A Revolução Russa e o Brasil"
Marcelo Badaró (UFF), Lucio Flavio de Almeida (PUC-SP) e Edison Salles (PUC-SP)
Horário: 19h
Local: Auditório 134c
Rua Ministro Godói, 969, Perdizes


EXPOSIÇÕES

Durante o período da Semana de História (de 15/10 a 19/10) serão realizadas exposições sobre o poeta futurista russo Vladimir Maiakovski e sobre a Guerra Civil Espanhola.
Local: Centro Acadêmico de Ciências Sociais


MOSTRA DE FILMES

A Mostra "Cinema, História e Resistência" exibirá filmes relacionados à Revolução Russa, à Revolução Espanhola, à Revolução Mexicana, as lutas do povo negro, aos conflitos no Oriente Médio e temas afins.

Local: Auditório Banespa (biblioteca)
Dias e horários:
Segunda-feira (15/10): 8h30 às 11h30
Terça-feira (16/10): 8h30 às 11h30 e 14h30 às 16h30
Quarta-feira (17/10): 9h às 13h30
Quinta-feira (18/10): 8h30 às 17h30
Sexta-feira (19/10): 8h30 às 13h30 e 17h30 às 18h30

USP

Quinta-feira (18/10)

"A atualidade da Revolução Russa "
Michael Löwy (Universidade de Paris), Christian Castillo (Universidade de Buenos Aires), Plinio de Arruda Sampaio (Correio da Cidadania), Francisco de Oliveira (USP)

Homenagem a Boris Schnaiderman (USP)

Horário: 18h30
Local: Anfiteatro da Geografia
Av. Prof. Lineu Prestes, 338, Cidade Universitária

Organização: Boitempo Editorial e Centro Acadêmico de Ciências Sociais

Convocatória - Jornalistas e comunicadores

I Encontro Paulista pela Democratização da Comunicação e da Cultura

Comunicadores(as) populares, jornalistas profissionais, sindicalistas, assessores(as) de organizações sociais, produtores culturais, artistas, estudantes, militantes dos movimentos sociais, do movimento hip hop, da mídia alternativa, dos movimentos pelo software livre, todos(as) os(as) que se preocupam com os rumos da democracia em São Paulo e no país.
Este é um convite.
Um chamado.
Uma convocatória que anuncia a realização do I Encontro Paulista pela Democratização da Comunicação e da Cultura, nos dias 19, 20 e 21 de outubro de 2007, na Fapcom - Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação.

Data da tradicional Semana Nacional pela Democratização da Comunicação. Oportunidade de debater ações que visem à ampliação radical do acesso à cultura, às tecnologias de informação, aos meios de produção. Tempo de pensar na educação para a comunicação, na comunicação para a educação. Momento de levantar a voz e reivindicar políticas públicas democráticas, que valorizem a comunicação comunitária, livre e popular. Leis que garantam a pluralidade e a diversidade nos grandes veículos de informação. Hora de fazer o coro por transparência, critérios e regulamentação para as outorgas de rádio e TV. De entender o futuro próximo da convergência, da digitalização. De lutar pela inclusão.

I Encontro Paulista pela Democratização da Comunicação e da Cultura. Para partilhar, para agir, para reivindicar. Participe.

Sexta-feira (dia 19)
19h30 - Mesa de abertura: Pluralidade e diversidade de meios de comunicação

Sábado (dia 20)
9h00
Painel 1 - Mídias Livres, Populares e Comunitárias
Painel 2 - Comunicação e Educação

11h15 - GDs temáticos
- Pluralidade e diversidade de meios de comunicação
- Mídias livres, populares e comunitárias
- Comunicação e educação

14h30
Painel 3 - Mídia, ética e violação de direitos humanos
Painel 4 - Convergência, Internet e Inclusão Digital

16h45 - GDs temáticos
- Mídia, ética e violação de direitos humanos
- Convergência, Internet e Inclusão Digital
- Políticas Culturais

Domingo (dia 21)
9h30 - Café da manhã coletivo
11h - Plenária - organização da rede e definição de prioridades políticas
17h - encerramento

Inscrições e mais informações:
pelo site: http://sp.comunicacaoecultura.org.br
pelo email: secretaria@sp.comunicacaoecultura.org.br
pelo telefone: (11) 3877-0824, falar com Mariana

Reunião Comitê contra a Criminalização dos Movimentos Sociais

Hoje, às 19hs, acontecerá no Sinsprev, em São Paulo, mais uma reunião do Comitê contra a criminalização dos movimentos sociais. As pautas serão os fechamentos da Campanha e das decisões em aberto da última reunião.
Convidamos todos os partidos e movimentos para que participem.

Festa - Tempero do Sol

Do PSOL SP

[afinal de contas, a esquerda também se diverte]

Imaginem uma tarde de ensolarada de sábado, com amigos no bar perto de casa, tomando uma cervejinha, ouvindo um samba com uns amigos e conversando sobre cultura popular com quem manja do assunto?


Junte a isso companhias agradáveis e caruru e vatapá legitimamente baianos, preparados por uma também baiana?

Não é sonho, não. Convide pai, mãe, amigo, vizinho, e até aquele sujeito doente do pé pra aprender a gostar de samba.

Vem aí o primeiro TEMPERO DO SOL!
Samba, comida baiana e cultura popular.
Com Pedra 90, Wagner Freire e amigos.

Sábado, 20/10, a partir das 13h (mas venha sem pressa pra ir embora, que o ritmo é baiano)
No Beltiquim - Rua Cel. Ferreira Leal, 98 (travessa da Eiras Garcia) - Butantã.
Promoção: compre o vale-prato atencipado e leve dois pratos por 10,00!

Qualquer dúvida, é só ligar pro 7692-6339 ou então mandar um email pra maibiousp@yahoo.

Aguardo tod@s lá!
Apoio: Beltiquim e Núcleo PSOL Butantã/Cultura

Maíra Tavares Mendes
Campo Romper o Dia!

Frente de Oposição de Esquerda da UNE
Partido Socialismo e Liberdade
Poder Popular /
(11) 7692-6339

sábado, 13 de outubro de 2007

Marchar pela Unidade! Marchar por outra Sociedade!!

O PSOL, ao lado de outras organizações da esquerda, do movimento popular e sindical de todo o país, está construindo uma grande marcha à Brasília para o dia 24 de outubro. O objetivo desse ato é fortalecer a unidade do movimento social para defender os direitos dos trabalhadores contra as reformas neoliberais do governo Lula e também exigir a saída de todos os corruptos.

Essa marcha é a prioridade número um do nosso partido nacionalmente. O momento político do país tem exigido uma responsabilidade ímpar do PSOL como principal pólo para dar vazão à indignação popular. Temos visto na ação parlamentar nacional que mesmo com uma pequena bancada o espaço ocupado pelo PSOL é bastante significativo como ficou evidente com a campanha pelo Fora Renan, a crise aérea e a organização do plebiscito da Vale. À medida que todos os partidos estão comprometidos com a defesa da ordem e das elites, nossa margem da ação se amplia e precisa ganhar capilaridade social, organização, dinamismo e influência de massas. Em função disso, precisamos converter em força militante a grande simpatia que o partido vem ganhando no seio do movimento social.

Vamos às ruas!!!!

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Divulgação dos resultados do plebiscito da Vale

  • Estado

    URNAS

    TOTAL DE VOTANTES

    Voluntários

    Municípios

    Acre

    15

    215

    50

    15469

    Alagoas

    78

    1346

    263

    23092

    Amapá

    8

    225

    45

    9299

    Amazonas

    49

    1350

    287

    48165

    Bahia

    140

    2900

    567

    234080

    Ceará

    163

    1792

    388

    163926

    Distrito Federal

    36

    1120

    220

    34456

    Espirito Santo

    20

    285

    55

    9991

    Goiás

    108

    1125

    199

    54752

    Maranhão

    54

    2120

    217

    32418

    Mato Grosso

    128

    2095

    470

    137008

    Mato Grosso do Sul

    120

    1366

    319

    87037

    Minas Gerais

    173

    25040

    7637

    529022

    Pará

    70

    4465

    1506

    287584

    Paraiba

    60

    1237

    160

    30183

    Paraná

    116

    1668

    417

    111050

    Pernambuco

    162

    1049

    183

    83202

    Piaui

    137

    3560

    840

    62579

    Rio de Janeiro

    228

    3047

    751

    178709

    Rio Grande do Norte

    189

    2164

    637

    35741

    Rio Grande do Sul

    221

    10885

    1612

    263921

    Rondonia

    3

    665

    83

    16693

    Roraima

    10

    240

    48

    7645

    Santa Catarina

    157

    15079

    2031

    257287

    São Paulo

    571

    16928

    5394

    947648

    Sergipe

    32

    2160

    270

    47172

    Tocantins

    108

    821

    125

    21346

    Total Geral

    3.729.538

    24.775

    104.952

    3.157





  • Plebiscito Popular quer a Nulidade do Leilão da Cia Vale do Rio Doce
    Da organização do Plebiscito Popular da Vale


    Mais de 64 entidades e organizações dos movimentos sociais, sindicatos e igrejas realizaram, nos últimos anos, dois Plebiscitos Populares Nacionais.
    Foi realizada em setembro de 2002 uma votação sobre a negociação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas). O resultado foi entregue ao Supremo Tribunal Federal, ao Congresso Nacional e à Presidência da República. Mais de 10 milhões votantes participaram. A principal reivindicação era que o governo FHC saísse das negociações para a Alca. Mas os organizadores também pediram que o Congresso convocasse um plebiscito oficial sobre o tema. Resultado do plebiscito contra a ALCA: 98% dos votos foram contra a assinatura do governo brasileiro neste tratado. Em 2000, fizemos um plebiscito sobre a dívida externa, que teve 6 milhões de votantes e foi dado um não ao pagamento da dívida.
    Os resultados expressivos de participação popular dos plebiscitos revelaram ser este, um importante instrumento de soberania e democracia participativa.

    Em novembro de 2006, estas mesmas organizações, reunidas em Brasília, avaliaram e entenderam que o processo de privatização da Cia Vale do Rio Doce, deu-se de forma fraudulenta, sem transparência e constituiu-se numa afronta a todo o povo brasileiro que se viu vilipendiado de um patrimônio que lhe pertence. Diante disto, mais uma vez a foi organizado um Plebiscito Popular para que a população pudesse opinar sobre esta questão fundamental de soberania nacional.
    Após um processo de estudo, formação e preparação sobre o tema junto aos mais diversos setores da sociedade, foi realizado o 3º Plebiscito Popular de 1º a 9 de setembro. O tema central do Plebiscito foi sobre a validade ou não do leilão da Cia Vale do Rio Doce, privatizada em maio de 97, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Foi vendida por R$ 3,3 bilhões, uma quantia menor do que a Vale tem de lucro a cada três meses. Estudos da época revelaram que o patrimônio da Companhia era calculado em R$ 92,64 bilhões: 28 vezes o valor pela qual foi vendida. Maior exportadora mundial de minério de ferro atua em 14 estados do Brasil e possui 9 mil quilômetros de estrada de ferro. É proprietária de 10 portos e está presente nos cinco continentes.Detêm importantes e estratégicas jazidas de minérios, algumas com reservas somente em solo brasileiro.
    A cerca do tema da Vale, outros problemas relacionados à soberania nacional e direitos sociais foram amplamente abordados.
    E neste exercício de democracia participativa que é o plebiscito, participaram: 3.729.538 votantes, sendo que os resultados nacionais das votações foram os seguintes:

    1ª Pergunta: Em 1997, a Companhia Vale do Rio Doce - patrimônio construído pelo povo brasileiro - foi fraudulentamente privatizada, ação que o governo e o poder judiciário podem anula. A Vale deve continuar nas mãos do capital privado?
    Total: 3.729.538
    Opinaram NÃO 94,5% - 3.523.843

    2ª Pergunta: O governo deve continuar priorizando o pagamento dos juros da dívida externa e interna, em vez de investir na melhoria das condições de vida e trabalho do povo brasileiro?
    Total: 2.492.360
    Opinaram NÃO 92,1% 2.296.547

    3ª Pergunta: Você concorda que a energia elétrica continue sendo explorada pelo capital privado, com o povo pagando até oito vezes mais que as grandes empresas?
    Total: 2.536.136
    Opinaram NÃO 93,7 %

    4ª Pergunta: Você concorda com uma reforma da previdência que retire direitos dos trabalhadores/as? Total: 2.895.965
    Opinaram NÃO 93,4% 2.703.931

    Diante desta grande pesquisa qualitativa e quantitativa popular, as entidades organizadoras exigem:

    • A anulação do Leilão da Cia Vale do rio Doce.
    • Um projeto nacional de desenvolvimento com políticas alternativas às que vêm sendo propostas pelo FMI. Um projeto soberano que exija políticas econômicas (fiscal, monetária e comercial) autônomas sem a ingerência do FMI. Só devem ser consideradas aceitáveis as metas que sejam definidas com a sociedade brasileira, almejando o projeto nacional de desenvolvimento.

    • Um novo modelo energético para o Brasil, que contemple a participação da população no seu planejamento, decisão e execução;

    • Defendemos uma reforma na previdência que incorpore a ampliação da rede de proteção social prevista na Constituição Brasileira, com a universalização do acesso e a qualificação da Seguridade Social.

      Assinam: As 64 entidades da Cartilha da Vale

    [números em fase de reavaliação]