segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Frente à crise capitalista e ambiental, afirmar a saída ecossocialista

Resoluçãodo 3º Congresso do PSOL

Militantes ecossocialistas, reunid@s em São Paulo , em 3 e 4 dedezembro de 2011, por ocasião do 3º Congresso do do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), reafirmaram e atualizaram a Carta de Curitiba, que estabeleceu o Setorial Ecossocialista do partido. E apresentam aqui sua reflexão sobre a atual crise, as políticas destrutivas aplicadas pelo governo brasileiro e as lutas necessárias para enfrentar a crise ambiental criada pelo capitalismo globalizado e estabelecer uma sociedade justa e sustentável, social e ambientalmente.

Estamos imersos em uma crise planetária, de proporções inéditas. Sua face mais visível, mas não única, é o aquecimento global, decorrente das emissões de gases do efeito estufa, que gera enormes mudanças climáticas. Não há um só dia em que não se observe a ocorrência de fenômenos climáticos extremos, gerando dezenas de milhões de refugiados ambientais no planeta. As Conferências do Clima no âmbito das Nações Unidas sucedem-se sem nenhum acordo para reduzir as emissões de carbono. Enquanto estamos reunidos nesse Congresso, o 17ª encontro da Conferência do Clima esta instalado em Durban, na África do Sul, sem perspectivas de apresentar soluções concretas para a maior ameaça ambiental da história humana. Ao contrário, premido por uma grave crise estrutural, manifesta depois de 2008 e agravada em 2011, o capitalismo descarrega os custos de seu enfrentamento sobre populações trabalhadoras e ecossistemas.

Esta é, assim, apenas a face mais visível de uma crise maior, decorrente da atual configuração do modo de produção capitalista, com seu modelo de desenvolvimento produtivista-consumista, baseado na matriz energética fóssil eu m modo de vida das elites econômicas baseado no consumo ostensivo e perdulário, na descartabilidade e na obsolescência planejadas, que são, a um só tempo e em todas as escalas, ambientalmente insustentáveis e socialmente injustos.

Outros sinais dessa crise são a escassez da água, onde uma em cada quatro pessoas no mundo de hoje não tem acesso a água potável; a redução da biodiversidade pela extinção das espécies, que é a mais elevada em 65 milhões de anos, já configurando uma sexta onda de extinção em massa na história da Terra; e a ruptura de vários ciclos vitais da biosfera planetária, que faz com que anualmente o impacto da atividade humana ultrapasse em 30% a capacidade de regeneração do conjunto dos ecossistema. Catástrofes ambientais ocorrem cotidianamente, dos deslizamentos na região serrana do Rio de Janeiro ao acidente nuclear de Fukushima, do “acidente” na plataforma da British Petroleum no Golfo do México ao “acidente” da Chevron na Bacia de Campos.

Em nosso país – cuja formação histórica, socioeconômica e cultural foi fundada na monocultura de exportação, na escravidão, na sistemática superexploração e genocídio dos povos indígenas e afrodescendentes e na rapina e devastação de nossa natureza – o Programa de Aceleração do Crescimento dos governos Lula e Dilma é a última faceta do“desenvolvimentismo”. E é este desenvolvimentismo, com seus mega-emprendimentos predatórios, que alavanca hoje o capitalismo brasileiro.

Assim, os compromissos do governo com o agronegócio cobram seu preço na reforma regressiva do Código Florestal, que ampliará o desmatamento e a emissão de carbono. Apesar da objeção de boa parte da sociedade brasileira, avança a construção da usina de Belo Monte, penalizando populações tradicionais e ameaçando a sobrevivência dos povos indígenas da região. Como avançam as obras da Transposição do São Francisco, desviando a água do rio para os empreendimentos capitalistas da região. Hidrelétricas e obras como Santo Antonio, Jirau, TKCSA,CSU, Porto Sul, Pólo Naval, com seu repertório de agressões socioculturais, étnicas e ambientais; a manutenção da política de genocídio do povo Kayowá-Guarani pelo agronegócio em Mato Grosso do Sul; a degradação dos ecossistemas e dos cursos d’água pelo uso dos agrotóxicos; a manutenção do programa nuclear; a expansão da opção pelo transporte privado nas grandes cidades; a atuação predatória frente às jazidas do pré-sal; o ataque à legislação ambiental, configurada não só no Código Florestal mas também na flexibilização do licenciamento ambiental e no abandono de mecanismos de controle social sobre as politicas ambientais – além da agenda excludente das obras da Copa do Mundo e Olimpíadas –, tudo isso demonstra até onde o capital quer chegarem nosso país.

Vivemos, aqui como no resto do mundo, uma crise que é econômica, social, ambiental e civilizacional, uma crise que impõe uma disputa de natureza ideológica sobre o entendimento das suas causas e métodos de enfrentamento, que confronta, em matizes diferenciados, capitalistas “verdes” versus “ecossocialistas”. Estamos frente a uma disputa sobre projetos de sociedade e, portanto, de civilização.

A compreensão dos que se reivindicam herdeiros das utopias igualitárias, às quais se agrega em nossa época o ecologismo, é a de que, nas precisas palavras do Manifesto Ecossocialista Internacional, “o atual sistema capitalista não pode regular, muito menos superar, as crises que deflagrou. Ele não pode resolver a crise ecológica porque fazê-lo implica em colocar limites ao processo de acumulação – uma opção inaceitável para um sistema baseado na regra ‘cresça ou morra’”. Trata-se, assim, não só de uma crise ambiental e social, mas uma crise da própria civilização do capital, de sua lógica econômica, de seu modelo de desenvolvimento, de seu modo de vida e dos seus valores.

Denunciamos e combatemos as relações espúrias e corruptas dos agentes públicos com os grandes grupos financeiros, industriais, empreiteiros e do agronegócioque financiam suas campanhas eleitorais para depois cobrar o preço amargo da destruição e da inviabilização de todas as formas de vida.

Denunciamos os discursos e as práticas supostamente voltadas para a preservação de ecossistemas, mas cuja retórica esconde nefastos interesses pela exploração acelerada dos recursos naturais e a conseqüente desagregação dos diversos biomas e modos de vida humana a eles associados.

Denunciamos aqueles originários da esquerda que, entre a garantia dos direitos das classes trabalhadoras e a aliança com a burguesia internacional, optaram por esta última e se transformaram nos fiadores da desgraça e da destruição ambiental. A opção pelo crescimento econômico indiscriminado está diretamente ligada à adaptação da economia brasileira ao capitalismo global, que exige a reorientação de boa parte da economia para a exportação. A exportação de commodities é também exportação de água, energia e vida do nosso povo e dos nossos ecossistemas.

Só um partido que se reivindique da tradição anti-capitalista, mas que tenha rompido com as experiências autoritárias, burocráticas e predatórias do chamado “socialismo real” – um partido que dialogue e interaja com as comunidades tradicionais e os movimentos sociais, ecológicos e socioambientais– pode enfrentar esse processo de degradação e estabelecer as alianças táticas e estratégicas para a luta ecossocialista.

Assim, o PSOL e o conjunto dos seus militantes assumem os seguintes compromissos:

• Denúncia e combate permanente à tentativa de flexibilização da Política Ambiental, notadamente a revisão do Código Florestal, reforçando os atos já convocado pelos movimentos sociais para 10 de dezembro de 2011;

• Denúncia e combate permanente à construção da Usina de Belo Monte, reforçando os atos já convocados para 17 de dezembro de 2011;

• Luta pela redução drástica da emissão de gases do efeito estufa em escala mundial, a fim de retorna-los ao nível seguro de 350 partes por milhão de concentração de dióxido de carbono (CO2) e seus equivalentes. Defesa, no Brasil, do aprofundamento do Plano Nacional de Mudanças Climáticas, estabelecendo metas de redução de 50% das emissões brasileiras em 10 anos.

• Acompanhamento, denúncia e resistência às arbitrariedades e desvios dos projetos, das obras e impactos do PAC, inclusive na preparação para os mega eventos da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016, principalmente no que tange à degradação das condições de trabalho, os despejos e remoções forçadasde comunidades pobres, o estímulo à prostituição e tráfico de mulheres ecrianças, bem como à redução da biodiversidade;

• As comunidades atendidas e atingidas pelos grandes empreendimentos, obras de infra-estrutura, planos diretores urbanos, unidades de conservação, projetos de geração de energia (inclusive renovável) e projetos agroindustriais devem ter garantida sua participação qualificada, continuada e legitimada emtodas as suas fases, desde os diagnósticos até as medidas para tratamento dos impactos.

• Diversificação da matriz energética brasileira, bloqueando a instalaçãode usinas térmicas movidas a combustíveis fósseis, denunciando seus impactosnas escalas local a global e defendendo formas alternativas e renováveis degeração de energia, com o mínimo impacto ambiental e sob controle social (“energia certa, do jeito certo”). Apoio às políticas de eficácia energética e rediscussão da utilização da energia gerada, suas tarifas, concessões e prioridades (“energia para que e para quem?”).

•Ampla mobilização para enfrentar a questão nuclear e barrar o programa nuclear brasileiro através do parlamento e dos movimentos sociais! Pelo descomissionamento de Angra 1, 2 e 3! Pelo cancelamento de novos projetos de usinas nucleares e do uso militar de artefatos e reatores!

•Ampliação das áreas protegidas por unidades de conservação nos diversos ecossistemas brasileiros, com garantia da participação pública qualificada na gestão e integração aos modos de vida das comunidades locais.

• Por uma reforma agrária ecológica. Contra os Desertos Verdes e as monoculturas. Apoio à campanha de denúncia do uso dos agrotóxicos e dos organismos geneticamente modificados. Pelo fim imediato da isenção de impostos para substâncias agrotóxicas. Defesa da agroecologia familiar como alternativa para a produção de alimentos. Implantação do desmatamento negativo via recuperação de áreas desmatadas, com reflorestamento que respeite a biodiversidade original.

• Por uma reforma urbana inclusiva e ambientalmente responsável, com o fim da especulação imobiliária e da privatização dos espaços públicos. Adoção de um programa de cidades verdes, com geração local de energia, eficiência energética e arquitetônica, ampliação da cobertura vegetal, destinação para o uso cidadão dos espaços públicos, etc, via mecanismos de incentivo e proibições.

•Adoção de uma política de transporte e mobilidade que privilegie o transporte público e penalize o individual, incidindo especialmente sobre o mercado de carros de luxo e de alta cilindrada. Apoio irrestrito a movimentos contra a carestia dos transportes públicos (movimentos pelo passe livre e pela tarifa zero), além da luta por uma gestão mais transparente dos sistemas de transporte urbano, grande expansão das ciclovias, a integração entre os diversos modais e o fim da dependência do rodoviarismo.

• Ainda no âmbito das cidades, a destinação dos resíduos sólidos constituem um desafio inadiável. É preciso atacar os aspectos degradantes do sistema produtivo, tais como a irresponsabilidade das empresas com as embalagens de seus produtos e reciclagem de seus produtos. Por uma politica publica de reciclagem, de valorização e proteção aos profissionais da limpeza urbana e apoio e estimulo a formacao de associacoes de catadores de materiais reciclavel.

•As zonas costeiras devem ser geridas como bem público inalienável e como santuário da vida. Portanto, repudiamos toda e qualquer atividade que cause constrangimentos à pesca e à navegação artesanal; ao uso público das praias e demais bens naturais litorâneos; ou a ameaças aos patrimônios genéticos marinhos e estuarinos.

• Pelo reconhecimento e demarcação de territórios quilombolas, terras indígenas e reservas extrativistas! Contra o Racismo Ambiental!

•Vinte anos depois da Eco92 e após dez anos de governos desenvolvimentistas do PT, utilizaremos o momento da Rio+20, de 13 a 20 de junho de 2012, como uma oportunidade para questionarmos de forma sistemática os descaminhos sócio-ambientais do Brasil e do mundo e apresentarmos nossas alternativas. Dessa forma, impulsionaremos ativamente o evento paralelo ao oficial, a “Cúpula dos Povos da Rio+20 por Justiça Social e Ambiental”, reforçando seu caráter de crítica do sistema capitalista e do modelo sócio-econômico vigente no Brasil.

•E participaremos ativamente do Fórum Social Temático “Crise capitalista, justiça social e ambiental”, programado para Porto Alegre, de 24 a 29 de janeiro de 2012. Estimularemos nossa militância nos movimentos sociais a dialogarem com os grupos temáticos formados para este Fórum e organizaremos, pela Fundação Lauro Campos, uma agenda de debate e intervenção nas lutas sócio-ambientais que nele se articularão, inclusive no caminho da Cúpula dos Povos da Rio+20.

Oque se coloca para a humanidade é o desafio da constituição dessa nova sociedade que possa vir a ser, a um só tempo, politicamente democrática, socialmente justa e igualitária, cultural e etnicamente diversa e ambientalmente sustentável. Assim, na esteira de Michael Löwy, pode-se atualizar a consigna de Rosa Luxemburgo para “Ecossocialismo ou Barbárie”!

Ivan Valente é eleito novo presidente nacional do PSOL



Escolha marcou o encerramento do 3o Congresso do Partido Socialismo e Liberdade, que aconteceu em São Paulo neste final de semana.

Os mais de 330 delegados do 3o Congresso Nacional do PSOL, reunidos em São Paulo neste final de semana, escolheram como novo presidente do Partido Socialismo e Liberdade o atual deputado federal Ivan Valente. Quatro chapas participaram da disputa. A chapa encabeçada por Ivan Valente foi a vencedora, com 42% dos votos.

O resultado da eleição para a nova direção nacional do PSOL é uma sinalização de que o partido deve se voltar para fora e de que o programa, que já vem diferenciando o PSOL nas grandes questões nacionais, conta com amplo apoio de seus filiados.

Para Ivan Valente, a escolha da nova direção acontece num momento importante, de preparação para a participação do PSOL nas eleições municipais de 2012. "O PSOL já disputa cidades importantes no país, com boas possibilidades eleitorais em capitais como Rio de Janeiro, Belém e Macapá. Vamos entrar no processo eleitoral para acumular forças e chegar inclusive a vitórias", afirmou.

O 3o Congresso Nacional do partido aprovou resolução defendendo a construção da Frente de Esquerda no processo eleitoral de 2012, em aliança com PSTU e PCB. Para além da Frente - já concretizada em disputas anteriores - outras alianças serão definidas caso a caso pelo Diretório Nacional do PSOL.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Florestas fora da Lei

O projeto de lei do código florestal, ora em tramitação no Senado, reduz drasticamente a proteção das áreas úmidas em geral e das florestas inundáveis em particular. Cerca de 20% do território brasileiro é coberto por áreas úmidas.

Florestas inundáveis representam uma grande parte das florestas do país. Estudos científicos recentes indicam que só nas várzeas e igapós da Amazônia elas ocupam áreas de cerca 400 000 km2.

Devido ao particular regime de chuvas e características de relevo de nosso país, os desníveis entre a época de cheia e de vazante da maioria dos igarapés e rios brasileiros é de vários metros, atingindo mais de dez na Amazônia. As áreas inundáveis ao longo dos rios, recobertas por florestas ou outros tipos de vegetação, chegam, em muitos casos, a cobrir centenas de quilômetros quadrados.

Estas áreas são protegidas pela legislação atual que as considera propriedade da União (Constituição Art 20 ) enquanto pertencem ao leito dos rios, entendidos ( há mais de cem anos ) como a calha compreendida entre as margens altas

Estas são definidas como a linha média das margens das vinte maiores cheias registradas (subtraidas as extremas).

Utiliza-se a cheia como referência básica uma vez que, tomando outra linha de referência - mais baixa - teríamos um leito do rio de margens variáveis ao longo do ano, o que atribuiria ao patrimônio da União um caráter flutuante!

O novo projeto de Código Florestal (PLC 30) redefine (Artigo 3º inc. IV) o leito do rio como sendo "a calha por onde correm regularmente as águas durante o ano".

Sendo que no Art 4 considera as Áreas de Proteção Permanente: "as faixas marginais de qualquer curso d'água natural, desde a borda da calha do leito regular"... definindo depois as suas larguras mínimas de acordo com esse leito. O que significa regular em uma hidrografia muito irregular como a nossa?

Se esta definição de leito do rio prevalecer não apenas o patrimônio da União ficará subtraido de centenas de milhares de km2 como também as Áreas de Proteção Permanente recuarão drasticamente. Ao imbroglio Constitucional deverão se acrescentar os danos ambientais decorrentes desta equivocada caracterização dos nossos rios e da consequente redução das áreas inundáveis atualmente protegidas.

As águas que na Amazônia podem alagar por 270 dias por ano extensas áreas de floresta, recuam na vazante para apenas 20% da área ocupada na cheia. Nestas épocas estocam grande quantidade de água que, na estiagem, contribui com mais de 30% da vazão dos principais rios.

Além de estocarem água, as áreas alagáveis atuam na sua limpeza, recarregam o lençol freático, regulam os ciclos biogeoquímicos e o clima local. O mesmo acontece com as savanas alagáveis no cerrado como, por exemplo, aquelas do Pantanal, as savanas dos rios Araguaia e Guaporé, e as savanas alagáveis de Roraima. Danos causados às florestas alagáveis e seus ambientes reduziriam dramaticamente a capacidade de estoque das águas com consequências gravíssimas para a vazão dos rios.

As florestas alagáveis são únicas no planeta uma vez que sua vegetação está adaptada às condições de inundação (períodos estes em que há uma pausa em sua capacidade de absorver carbono!) e abrigam uma singular variedade de espécies vegetais, estimada, só na Amazônia, em cerca de mil e quinhentas espécies. Por outro lado a vegetação destas florestas é também responsável pela manutenção e expansão da biodiversidade vegetal e animal, incluindo muitas espécies endêmicas. Estudos recentes sublinharam a grande importância dessas formações nos balanços de carbono regionais.

Deve-se por fim observar que as áreas alagáveis são habitadas, por vezes intensamente, por comunidades que vivem em palafitas ou em flutuantes e que obtêm seu sustento por meio de atividades econômicas adaptadas às áreas periodicamente alagadas. Estima-se que cerca de 60% da população rural da Amazônia está concentrada nas várzeas, áreas alagáveis de maior fertilidade. Estas populações desenvolvem atividades de agricultura familiar com propósitos econômicos e de subsistência: pesca, criação de animais e extração de produtos madeireiros e não madeireiros. Populações tradicionais e indígenas vivem também há centenas de anos no Pantanal do Mato Grosso, extraindo seu sustento de atividades similares.

As comunidades que habitam as áreas alagáveis vivem em terras da União, muitas vezes concedidas a eles em comodato pelo Governo. A elas deveria ser garantido o direito de uso desses ambientes, assegurando também sua integridade ecológica e múltiplas funções. Somente dessa forma essas populações poderão continuar a exercer seu direito de plantar, pescar e colher para fins não apenas de sustentação mas também de geração de renda. A modificação proposta na nova versão do código Florestal em tramitação colocará em risco esse direito, como também contribuirá para a degradação desses ambientes únicos do Brasil.

Cabe por fim mencionar que o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, o IPCC, prevê entre outras mudanças climáticas, mais chuvas nas épocas chuvosas e épocas secas mais pronunciadas para grandes partes do território nacional. Áreas úmidas bem conservadas atuam como esponjas na paisagem. Elas estocam a água na época chuvosa e a liberam na época seca.

Esta função é indispensável para reduzir os impactos negativos das mudanças climáticas tanto para a agricultura e o meio ambiente como para o abastecimento da população com água potável. Por isso, a proteção das áreas úmidas não é só uma questão ecológica, mas também uma questão nacional relevante para a economia e a sociedade. Trata-se de 20% do nosso território! Mais de um milhão de quilômetros quadrados, hoje, ainda, de propriedade da União.

Ennio Candotti é físico e diretor geral do Museu da Amazonia (Musa)

Maria Teresa Fernandez Piedade é membro do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazonia

Wolfgang Junk é membro do Instituto Nacional de Ciencia e Tecnologia em Áreas Umidas (INCT-INAU)

Fonte: Caros Amigos

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Ataque violento e covarde a mais uma mulher militante no DF!


*Por Mariana Resende

Sábado, dia 26/11/2011. Uma data queficará marcada na mente de muitos como um triste e revoltante episÓdio decerceio de liberdade de expressão e agressão gratuita a militantes políticos.

Sou Mariana Resende, militante doJuntos/DF, estudante, trabalhadora, mulher. Assim como outros camaradas, também me dirigi ao centro de Ceilândia neste último sábado a fim de informamos a toda a população o governo medíocre do Sr. Agnelo Queiroz, que também vem sendo investigado por casos de corrupção ainda quando comandava a pasta do Ministério dos Esportes, vem fazendo na capital do país.

Éramos cerca de 20 militantes quem, ainda quando iniciávamos a panfletiação pelo comercio daquela cidade, fomos cercados por quase 100 petistas, devidamente uniformizados. Já na primeira intervenção, observávamos perplexos, a duras e violentas intervenções daqueles que se diziam defensores dos trabalhadores. Assim como nos anos de chumbo, me via naqueles relatos históricos de quando os militantes eram duramente espancados e agredidos pela forças da repressão que, assim como os petistas do sábado, andavam uniformizados, como se fosse uma tropa, tropa esta disposta a tudo paranos tirar o sagrado direito de liberdade de expressão.

Poderia me contentar com os relatos fidedignos de outros companheiros, mas quero também manifestar minha indignação e revolta (mesmo julgando que estas duas palavras não tem a força de expressar o sentimento que este fato me despertou) sobre relatado acima. Fui igualmente agredida com socos e murros tanto no rosto quanto nos braços. Carrego, assim como milhares de outras mulheres que não se intimidam na luta por democracia e liberdade, as marcas de um governo que oprime e se utiliza de bandidos para calar a boca do povo, para agredir suas mulheres, indiscriminadamente! E aqui é necessário abrir uma grande aspas: era a única mulher ali presente e, sem omenor pudor, bandidos vermelhos me atacaram, covardemente, violentamente, tentando de todos os modos tirar-me o material que utilizamos para denunciar a podridão que se instalou na capital do Brasil.

Nos momentos longos que duraram esta repressão só passava pela minha cabeça, rememorando meus tempos de criança, a luta de meus pais na construção de um partido como PT. Naquele momento não conseguia acreditar que aquele mesmo partido, que tempos outros tinha sido motivo de orgulho, há anos se transformou muito mais que um partido da ordem, mas um partido que tem sua falange fascista, sua tropa disposta a qualquer coisa para a ‘proteção’ de seus bandidos corruptos. Minha atitude, logo após as agressões e repressões, foi de ligar para meu pai, ainda filiado a este covarde e traidor partido, que aquilo era o que ele estava protegendo: bandidos que agrediram sua filha, que agrediram militantes, que acobertavam corruptos e criminosos.

Ao continuarmos nossa caminhada para denunciar o governo corrupto de Agnelo, além das agressões verbais e corporais, vinha uma senhora atrás de mim me ameaçando: ”você está doida para apanhar né! Você vai levar uma surra aqui para aprende a ficar de boca calada”. Ao lado dela, outros, desta vez homens, com sangue no olho para que aquela ameaça dela se concretizasse. Tive de contar com a ajuda de outros companheiros para que pudesse sair em segurança daquele local.

Procurei a policia que em pequeno numero ali estava, para que pudessem prender o homem que havia me agredido. Estava ainda viva na minha memória a atitude covarde daquele bandido. Os policiais me diziam que nada podiam fazer porque a Policia Civil, em greve, não poderia estar ali para tomar as providencias daquele caso que se enquadra na Lei Maria da Penha. IMPUNIDADE, foi a única palavra que veio na minha cabeça. Tanto lemos e ouvimos relatos daqueles que passaram por situações piores que esta relatada, mas jamais eu havia sentido tamanha indignação frente a impunidade que iria proteger mais um homem covarde e bandido que agride mulheres.

Entretanto, ao contrário do que a atitude destes bandidos teve o intuito de nos causar, lhes aviso que não desistiremos. Não vamos nos calar jamais!! Esta repressão só faz aumentar em nós o sentimento de indignação e revolta. Vamos tomar as ruas e limpar essa podridão do DF! Não nos calaremos!

LUGAR DE CORRUPTO É NA CADEIA!!!

*Militante do Juntos/DF e estudante de Comunicação na UCB

Juventude Juntos!

http://juntos.org.br/

domingo, 27 de novembro de 2011

Brasil: onde o grafite é crime e corrupção é arte!

A organização da Falange Petista e suas espetaculares ações


São 13h30 de sábado, dia 26 de novembro de 2011. Estou chegando à minha casa, vindo de Ceilândia, onde vivi a mais triste, surpreendente e amedrontadora experiência por que passei nos últimos 27 anos.

Situações semelhantes eu havia vivido nos anos de chumbo, no Rio de Janeiro, nas passeatas e manifestações estudantis na Cinelândia, na Av. Rio Branco e no Calabouço. Na época não havia o PT. O que existia eram outras forças violentas: a polícia da ditadura militar, seus pobres cavalos que tombavam sob nossas rolhas e bolas de gude e, também, as terríveis tropas à paisana do CCC (Comando de Caça aos Comunistas).

Um grupo grande de militantes do PSOL fomos, hoje pela manhã, panfletar em Ceilândia, na intenção de levar à população as denúncias que cada vez mais se multiplicam contra o governador Agnelo Queiroz. O povo, que não lê as revistas semanais e outros órgãos de imprensa, precisa conhecer todas as evidências que demonstram a podridão do atual governador do DF. Nosso panfleto, intitulado “Brasília não merece Agnelo”, traz texto que não acrescenta coisa alguma em tudo aquilo que está saindo na imprensa ultimamente. Apenas reproduz o que o poder judiciário investiga em segredo de justiça.

Não dá para duvidar da palavra dos denunciantes. Um deles, amicíssimo do governador, pode ser alcunhado de “amigo do peito” do denunciado. Este diz que quando dirigia a Anvisa emprestou 5.000 reais ao amigo, hoje acusador. O leitor sabe muito bem que não é fácil encontrar amigo ou parente que se disponha, sem mais nem menos, a emprestar aquela quantia. No mesmo dia, Agnelo autorizou a concessão do Certificado de Boas Práticas para a empresa União Química, em que trabalhava o amigo que depositava os cinco mil reais.

Graças ao panfleto do PSOL, o povo simples, afastado da mídia impressa, pode agora saber o que toda a pequena e a alta burguesias já sabem: o denunciante depositou 5.000 reais na conta bancária particular do Diretor Geral da Anvisa (Agnelo Queiroz), no mesmo dia em que Agnelo concedia o Certificado à empresa do amigo, hoje denunciante.

Nossa panfletagem prosseguia, mas de modo dramático, angustiante e perigoso. O povo na rua, os vendedores das lojas, os comerciários e comerciantes ficavam estatelados, boquiabertos, perplexos com as ações e a fúria não comum em nossa capital federal. Cerca de cem petistas, todos devidamente uniformizados com as camisas vermelhas de estrela no peito, avançavam sobre nós, nos cercavam, nos ameaçavam.

Logo chegaram policiais. Militantes petistas se aproximavam empurrando manifestantes do PSOL. Poucas vezes algum dos policiais interveio, afastando o raivoso petista. Os policiais tiveram aumentado seu efetivo num determinado momento. Não se percebia de onde surgiam. De início eram apenas três. De repente já eram uns sete ou oito. Começaram a caminhar cercando-nos, e, principalmente, ao Toninho que, tal como os outros seus companheiros, dava corajosamente continuidade à panfletagem.

Vejo que o PT criou, no Distrito Federal, sua Falange fascista. Seus métodos são exatamente iguais aos da Falange Espanhola que, vitoriosa na Guerra Civil, deu sustentação ao governo fascista do General Francisco Franco. A violência e o desrespeito à livre expressão tornaram-se práticas comuns dos petistas.

As agressões aumentavam. Gritos tentavam encobrir nossas falas dirigidas aos cidadãos na rua. Alguns petistas mais afoitos, agressivos, arrancavam maços de panfletos de nossas mãos. Corriam. Voltavam ameaçadores. Controlávamos surpreendentemente os nervos, as reações, pois víamos que a tropa falangista do PT fazia de tudo para que aceitássemos as provocações.

Depois de uns vinte minutos de caminhada, sempre cercados pelos membros da Falange, percebemos que nossos panfletos escasseavam. Maços e mais maços nos eram roubados de nossas mãos. Não satisfeitos, alguns petistas passavam a arrancar o panfleto das mãos da gente simples do povo que acabava de receber o papel. Um de nossos companheiros se afastou, rumo ao estacionamento, para buscar mais panfletos em seu carro. Péssima ideia. Foi seguido. Ao abrir o carro, foi agarrado por petistas enquanto outros se enfiavam no automóvel recolhendo pacotes com os panfletos.

Um dos policiais que nos seguiam e nos cercavam, retirou seu revólver do coldre, colocando-o à frente, no cinto da calça. Eu estava atrás dele e observei claramente sua ação disfarçada. Um cidadão, cabelos grisalhos, aproximou-se de mim e sugeriu que chamássemos a imprensa com urgência, pois –achava ele– os policiais estavam “do lado dos petistas”.

Deu para imaginar perfeitamente os momentos dramáticos que o deputado italiano Calvo Sotelo viveu em 1936, nos instantes que antecederam seu assassinato pela polícia que “protegia” a ele e aos outros manifestantes na rua.

A atitude estranha do policial, que mudou sua arma de lugar, me preocupou. Passei à frente dele e, ostensivamente, abaixei-me para ler seu nome na lapela do uniforme. Li: CB Railson. Fixei longamente meu olhar no distintivo. Já havia terminado de ler, mas insisti fingindo ainda não ter lido: enfim ele percebeu que eu lera e gravara seu nome em minha mente.

Seguimos, atravessando a rua em passos largos. Os petistas nos seguiam aos gritos, dirigindo-nos palavrões e acusações gratuitas. Os policiais também.

De repente senti meu pé esquerdo preso por outro pé. Não havia um juiz para apitar a falta. Catei cavaco. Olhei para trás e percebi que não havia qualquer pedra drummondiana no caminho. O obstáculo covarde era o pé do Cabo Railson. Ele olhou para o lado, fingindo nada ter acontecido. Intimidei-me e corri para a frente, ao lado do Toninho. Nessa altura meus próprios companheiros de partido, os mais musculosos, professores de Academia de ginástica, não permitiam que ninguém se aproximasse de Toninho.

A Falange estava ultra-organizada, pois a tropa não se restringia à centena de petistas com suas camisas vermelhas. Na rua, paralelamente ao desfile patético e dramático, um carro de som enorme vomitava, por seus altofalantes, os mais ignóbeis impropérios. A população reagia com comentários de espanto.

A implantação da ditadura de Franco, na Espanha, levou ao poder a Falange, que se transformou em um partido fascista, extremamente eficiente na repressão às oposições políticas. O fanatismo e o desespero do PT, hoje, estão levando o partido ao extremo do absurdo, aperfeiçoando seus métodos de repressão a seus opositores. Na ânsia de se perpetuar no poder, o PT inicialmente apelou para a hoje famosa fórmula do mensalão, comprando consciências, votos e dignidades.

A prática de agente corruptor foi escancarada, denunciada, e, agora, ela passa a ser método difícil de ser efetivado. A violência, agora, parece ser o único método de ação política para aqueles desesperados que se apegaram ao poder. Vislumbrando cenários possíveis para 2014, ano da Copa, ano das eleições para o governo do DF, os petistas querem a todo custo inventar uma tábua da salvação para Agnelo, pois não dispõem de outro nome para sua nominata. Ao buscar cega e desesperadamente a tábua de salvação, apelam agora para as tábuas, os paus, as pedras, os socos, os empurrões, o roubo, a estupidez total.

Jorge Antunes

Secretario-Geral do PSOL-DF e professor aposentado da Universidade de Brasília-UnB

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Debate: Agnelo e a Corrupção e PSOL na luta

Na luta, nas Satélites! PSOL realiza plenária em Ceilândia, Taguatinga, Águas Claras e Samambaia.

Venha Participar!

O PSOL convida você para participar de um debate sobre as denúncias de corrupção que o Governo Agnelo vem recebendo.

Enquanto Agnelo diz que basta a palavra do governador como garantia...


A população do DF diz que continua tudo igual: as alianças, a corrupção, a lamentável situação da Saúde, da Educação, as áreas de lazer e os espaços públicos abandonados e o transporte público cada vez pior!

Debate: Agnelo e a Corrupção e PSOL na luta

Data: 20 de novembro, às 10h00

Local: QNL 23 BLOCO D - Ceilândia

Ed. Areia Dourada (salão de festas)

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Após protesto, 150 são demitidos em usina de Belo Monte

Belo Monte de Merda!! As empreteiras contratadas para destruir o rio e as comunidades ribeirinhas, também, persegue os trabalhadores que lutam por direitos básicos! Enfim, Subemprego e superexploração para destruir natureza e vidas na Amazônia....

Folha.com

O consórcio Norte Energia, construtor da hidrelétrica de Belo Monte, demitiu 150 trabalhadores hoje após um protesto por melhores condições de trabalho.

Eles haviam paralisado as atividades na manhã do último sábado e, no mesmo dia, apresentaram reivindicações à diretoria de Belo Monte.

O protesto foi no canteiro de obras da usina em Vitória do Xingu, a 945 km de Belém (oeste do Pará). Lá, existem 1.800 trabalhadores.

Hoje eles foram surpreendidos com as demissões ao chegarem no canteiro de obras.

Segundo os trabalhadores, uma lista com os nomes dos demissionários havia sido colocada na entrada do local. De lá, eles foram levados até a rodoviária de Anapu (a 179 km de Vitória do Xingu), de onde retornariam a suas cidades natais.

Uma das queixas dos trabalhadores é o desvio de função. "Estão colocando pedreiros para trabalhar em serviços gerais", afirmou José Antônio Cardoso, um líderes do protesto e um dos demitidos.

Outras reivindicações são aumento salarial, aumento do valor do vale-alimentação e uma diminuição no intervalo das folgas para visita à família, atualmente de seis meses (benefício dos que moram fora da região).

O consórcio não comentou se as demissões tiveram relação com o protesto. Os diretores de Belo Monte passaram o dia em reunião e não responderam aos questionamentos da reportagem.

A assessoria de comunicação confirmou as demissões e disse que foram cerca de 150. Os trabalhadores falam em 170 demitidos.

No mês passado, um outro protesto --liderado por índios-- paralisou as obras da usina em protesto aos possíveis impactos de Belo Monte no rio Xingu.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Amanhã: Atividade no Santuário dos Pajés!

2º Sarau Pisaligeiro acontecerá nesta terça-feira, 15, às 14h, contando com a presença Ellen Oléria, bnegão, banda jenipapo e outros grupos brasilienses. Conversaremos também sobre a nossa luta diária e o porque de não deixarmos o Santuário se mover.
* Leve sua poesia, música e vontade de compartilhar arte pelo Santuário! *
* TRAGA A SUA CANECA *
* Proibida a entrada com bebidas alcóolicas e drogas ilícitas - RESPEITEM O SANTUÁRIO *
Ps: Tragam frutas, pão e o que quiserem para que possamos fazer um grande lanche comunitário no final da tarde!

15 de novembro: Marcha contra Corrução em Brasília

Marcha contra Corrução em Brasília, Fora Agnelo. Estão todos e todas livres para levar sua bandeira de luta!! Juntos e Unidos contra a corrupção. 10:00, concentração no Museu Nacional - Esplanada dos Ministérios

domingo, 13 de novembro de 2011

Ato contra a militarização da USP reúne 5000 nas ruas do centro


DCE livre da USP

O dia de ontem entrará para a história do movimento estudantil da USP. Três dias depois da intervenção da Tropa de Choque na universidade, mais de 5000 estudantes, professores e funcionários, se reuniram no centro da cidade de São Paulo em ato contra a militarização da USP, por um plano alternativo de segurança nos campi e pela retirada de todos os processos movidos contra estudantes por motivos políticos.

O ato, que teve início e encerrou-se no Largo São Francisco, percorreu diversas ruas do centro de São Paulo, dialogando com a população paulistana, passando pelas ocupações urbanas e defendendo democracia não somente na USP, mas em toda a cidade. Estiveram presentes diversos movimentos sociais, sindicatos e intelectuais, como Plínio de Arruda Sampaio e Jorge Luiz Souto Maior.

Três dias depois da intervenção da Tropa de Choque na USP, a resposta do movimento estudantil não poderia ter sido melhor: um grande ato pela autonomia universitária, que transcorreu de maneira tranqüila e dialogou com toda a sociedade. Demonstramos nosso repudio à intervenção militar na USP e ao reitor da universidade, João Grandino Rodas, grande responsável pelo lamentável ocorrido de segunda-feira.

Assembleia geral reúne 2000 no salão nobre da Faculdade de Direito: uma aula democracia!
Logo após o ato, foi realizada a assembléia geral dos estudantes da USP. O salão nobre da Faculdade de Direito, decorado por quadros e estátuas aristocráticas, foi tomado por mais de 2000 estudantes que deliberaram pela continuidade da greve.

No ponto de informes, ficou claro o enraizamento da mobilização. Estudantes de dezenas de faculdades da USP relataram a realização de assembléias e debates em seus cursos e a indignação de todos com a atual gestão da reitoria. Na mesma Faculdade de Direito, demonstramos que Rodas é persona non grata na USP inteira!

A assembléia aprovou a convocação de Rodas para uma audiência pública com os estudantes na quarta-feira, 16/11 a partir das 18horas na frente da reitoria. Precisamos exigir explicações imediatas da Reitoria e que ela atenda às reivindicações da greve dos estudantes. Por isso, no mesmo dia, está marcado um ato em frente à reitoria exigindo a presença do reitor na audiênia.


O dia de ontem foi capaz de demonstrar a força do movimento estudantil e da organização coletiva para defender a universidade. Demos uma verdadeira aula de democracia para o reitor da USP e o governador do estado, Geraldo Alckmin. E é somente o começo!

Segurança SIM; PM não!
DCE-Livre da USP – gestão “Todas as Vozes”

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O outro lado da USP

Blog do Tico Santa Cruz
Seja bem vindo.
Primeiro quero deixar claro que antes de escrever este texto pesquisei sobre a questão da ocupação da Reitoria da USP, por entender que as notícias que estavam sendo passadas, assim como as mensagens enviadas nas Redes Sociais não faziam qualquer sentido…
Acreditar que alunos de uma das Faculdades mais importantes do país, se mobilizaram numa ação que ganhou tamanha proporção, por desejarem usufruir do direito ainda ILEGAL de fazer uso de MACONHA dentro do Campus, me parecia inconcebível.
Perdi minha ingenuidade há tempos e sou muito curioso, de modo que entendo o papel da imprensa, sou TOTALMENTE A FAVOR DA SUA LIBERDADE DE ATUAÇÃO, mas reconheço que existe por trás de grande parte dos veículos de comunicação de massa, interesses políticos e variáveis que me fazem sempre questionar “A QUEM INTERESSA DETERMINADA NOTÍCIA”.
Sendo assim, baseei minha pesquisa em Blogs, textos de docentes da Universidade, alunos ( contra e a favor ) e jornalistas que buscaram uma visão imparcial, para que realmente não cometesse o equívoco da preguiça e julgasse de forma superficial uma questão tão discutida nos últimos dias.
Não entrarei no mérito infantil, relacionado a qual classe social pertencem os alunos que invadiram a Reitoria, tendo em vista que na busca por não ser injusto, precisaria pesquisar se as mensagens contra os “Filhinhos de papais e Playboys rebeldes” estariam sendo enviadas de computadores populares ou Máquinas de alto valor no mercado e isso me desviaria do foco.
Então, vamos aos fatos.
A invasão a Reitoria, não esta relacionada apenas com a prisão de TRÊS jovens que estariam fazendo uso de Maconha no Campus. Com um pouco de boa vontade, torna-se possível entender que a presença da PM no local não tem por intenção a mera e importante razão da Segurança. Para entender, é preciso que você perceba que existem motivações de ordem política nessa decisão.
Durante a gestão do Governador José Serra (2006-2010) , o nome do atual Reitor – João Grandino Rodas – foi escolhido através de um DECRETO publicado no dia 13 de Novembro de 2009. Seu nome era o segundo colocado numa lista de 3 indicações. O que quer dizer que RODAS não foi eleito pela comunidade acadêmica. Pelo histórico deste Homem, que já fora diretor da Faculdade de Direito, pode-se perceber que sua relação com a democracia no Campus, não é das mais amistosas. Recomendo a leitura COMPLETA deste artigo – http://altamiroborges.blogspot.com/2011/11/quem-sao-os-vandalos-da-usp.html?spref=tw – onde se encontra o título “ A Face autoritária do Reitor da USP” – Trechos como este, poderão lhe ajudar a entender melhor –“Na gestão de Rodas, estudantes têm sido processados administrativamente pela Universidade com base em dispositivos instituídos no período militar. Num dos processos, consta que uma aluna — cujo nome ficará em sigilo — agiu contra a moral e os bons costumes. Dispositivos como estes foram resgatados pela USP.”“O reitor também recebeu o título de persona non grata por unanimidade na Faculdade de Direito, que apresenta uma série de denúncias contra a gestão do ex-diretor, acusando-o de improbidade administrativa, entre outros crimes.”(Autora Ana Paula Salviatti, publicado no sítio Outras Palavras)
Neste mesmo Blog, encontra-se a Nota da Congregação da FFLCH – Responsável pelo questionamento da presença da PM da forma como esta sendo feita.Uma outra leitura importante, para entender o que se passa, é a do texto de Raquel Rolnik – Muito além da presença ou não da PM no campus da USP (http://raquelrolnik.wordpress.com/2011/11/04/muito-alem-da-polemica-sobre-a-presenca-ou-nao-da-pm-no-campus-da-usp/) . Raquel é Professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. ** Alguém que, em tese, tem condições de abordar o assunto com propriedade.“Para além da polêmica em torno da ocupação da Reitoria, me parece que estão em jogo nessa questão três aspectos que têm sido muito pouco abordados. O primeiro refere-se à estrutura de gestão dos processos decisórios dentro da USP: quem e em que circunstâncias decide os rumos da universidade? Não apenas com relação à presença da Polícia Militar ou não, mas com relação à existência de uma estação de metrô dentro do campus ou não, ou da própria política de ensino e pesquisa da universidade e sua relação com a sociedade. A gestão da USP e de seus processos decisórios é absolutamente estruturada em torno da hierarquia da carreira acadêmica.
Há muito tempo está claro que esse modelo não tem capacidade de expressar e representar os distintos segmentos que compõem a universidade, nem de lidar com os conflitos, movimentos e experiências sociopolíticas que dela emergem. O fato é que a direção da USP não se contaminou positivamente pelas experiências de gestão democrática, compartilhada e participativa vividas em vários âmbitos e níveis da gestão pública no Brasil. Enfim, a Universidade de São Paulo não se democratizou.”Estas e outras PARTES contidas no texto, são fundamentais para uma avaliação da crise.
No site do DCE livre da USP – http://www.dceusp.org.br/2011/10/souto-maior-ninguem-esta-acima-da-lei-mas-quem-e-ninguem-o-que-e-a-lei/#.TrHaGdvbJas.facebook – há uma abordagem interessante, escrita pelo Professor da Faculdade de DIREITO da USP – Jorge Luiz Souto Maior – a respeito da Declaração do atual Governador de SP, Geraldo Alckmim, “Ninguém está acima da lei”. Levando o questionamento as questões Republicanas, pelas quais são baseados nosso regime democrático.““Ninguém está acima da lei”, traduz um preceito republicano, pelo qual, historicamente, se fixou a conquista de que o poder pertence ao povo e que, portanto, o governante não detém o poder por si, mas em nome do povo, exercendo-o nos limites por leis, democraticamente, estatuídas. O “Ninguém está acima da lei” é uma conquista do povo em face dos governos autoritários. O “ninguém” da expressão, por conseguinte, é o governante, jamais o povo. Claro que nenhum do povo está acima da lei, mas a expressão não se destina a essa obviedade e sim a consignar algo mais relevante, advindo da luta republicana, isto é, do povo, para evitar a deturpação do poder.”
E continua, mostrando que há algo ALÉM DA MACONHA.“E, ademais, qual é a verdade da situação? A grande verdade é que os alunos da USP não estão querendo um tratamento especial diante da lei. Não estão pretendendo uma espécie da vácuo legal, para benefício pessoal. Para ser completamente, claro, não estão querendo fumar maconha no Campus sem serem incomodados pela lei. Querem, isto sim, manifestar, democraticamente, sua contrariedade à presença da PM no Campus universitário, não pelo fato de que a presença da polícia lhes obsta a prática de atos ilícitos, mas porque o ambiente escolar não é, por si, um caso de polícia.”
A presença da PM no ambiente acadêmico, inibe manifestações políticas, e cria constrangimentos aos movimentos reivindicatórios que são naturais num local onde existem centenas de pessoas convivendo democraticamente.
Se não é da natureza do cidadão em geral, se envolver em questões relacionadas a política e ao que é público no Brasil, o erro esta no DESINTERESSE DO POVO, e não nas Ações de quem decide exercer o livre direito de contestação de alguma lei ou regra vigente.
Nessa parte, usarei como referencia o ótimo texto do Jornalista André Forastieri – http://bubot.com/a4504 – “O choque na USP e a militarização de São Paulo”.
Onde o jornalista faz uma excelente analogia a quem acha que pelo simples fato de algo ser LEI, não possa vir a ser QUESTIONADO e até mesmo não comprido.“ Os argumentos contra os ocupantes da Reitoria da USP são Pífios. Eles quebraram A lei? Primeiro, se quebram, não importa; Leis não existem para serem obedecidas cegamente: A lei é para ser desobedecida e QUESTIONADA abertamente quando INJUSTA. Não é Possível aplaudir as rebeliões contra Mubarak e Kaddafi, ou a ocupação de Wall Street e recriminar os Uspianos por não seguir a lei.”
Colocação perfeita a meu ver.
O Brasileiro esta tão condicionado a viver como um Gado, com alguém lhe dizendo o que fazer e como se comportar, que não se identifica com aqueles que se voltam contra determinadas injustiças. É por isso também que aplaudimos o que se faz lá fora e recriminamos quando é feito por gente nossa.
Marcelo Rubens Paiva, faz um excelente artigo para o ESTADÃO, quando aborda os resquícios da ditadura envolvidos na cortina de fumaça da MACONHA no Campus da USP – http://blogs.estadao.com.br/marcelo-rubens-paiva/posse-de-maconha-nao-e-crime/
Aborda a questão do abuso de autoridade por parte dos policiais e da insistência em abordagens direcionais em busca de entorpecentes e de quebra ainda nos brinda com um pouco de conhecimento CONSTITUCIONAL – com o artigo 11.343/06 – que trata da posse de ENTORPECENTES.O BLOGUEIRO – Pablo Ortellado – http://www.gpopai.org/ortellado/ – no texto – “A cortina de fumaça na segurança da USP” menciona alguns equívocos praticados pela Força policial no Campus e levanta mais uma vez a questão do VERDADEIRO OBJETIVO do convênio assinado em Reitoria e a PM ( Governo do Estado ) no intuito de reprimir os movimentos estudantis e movimentos sindicais.Ou seja amigos, como apostava, a questão da Invasão não esta ligada apenas aos “MACONHEIROS” e “Playboys” e “Filhinhos de papai” que estudam na USP. Se o acesso a universidades no Brasil esta ligado ao fator FINANCEIRO, isso é mais um ponto critico que deveríamos questionar em nosso sistema.
Apenas 4% da população desse país chega numa universidade, isso é uma VERGONHA NACIONAL. Desses 4%, transforme em 100% e descubra quem apenas uma MINORIA consegue concluir o ensino. Ainda com um diploma na mão, existe um índice altíssimo de desemprego e pior, de ANALFABETOS FUNCIONAIS vagando pelo nosso território.
Não usarei este espaço para defender a desordem e nem a depredação do Patrimônio PÚBLICO, mas é engraçado ver gente que é INDIFERENTE A CORRUPÇÃO e ao Vandalismo POLÍTICO praticado por políticos que assaltam há séculos nossos cofres PÚBLICOS e a condenação IMEDIATA E INSTANTÂNEA dos alunos por conta de um episódio nublado e mal noticiado.No mais, como pessoa pública e artista que se sente no direito de observar e decupar os acontecimentos desse país, em meio a tantos julgamentos e tanta besteira ESCRITA em redes sociais, me senti no dever de pesquisar e buscar entender o que está de fato acontecendo na USP.
Não sou paulista e nem estudante universitário, mas também não sou IDIOTA e nem ingênuo para acreditar dessa DEMONIZAÇÃO do movimento praticado pelos alunos.
O objetivo é claro amigos – INTIMIDAR E associar qualquer mobilização que contenha um pouco mais de energia e força – a RÓTULOS que inibam outras frentes de ATUAÇÃO e enfrentamento do ESTADO. É o jogo fácil de vender as idéias sem que os CONSUMIDORES se dêem conta do que estão CONSUMINDO.
De fato, foi trabalhoso fazer a pesquisa e escrever este texto.
Mas, me sinto menos ESTÚPIDO ao não repetir o PARADIGMA da preguiça que tanto nos corrói.
Mais uma vez estamos sendo jogados UNS CONTRA OS OUTROS, enquanto so verdadeiros BANDIDOS se mantém inatingíveis.
Por fim, não se pode mandar nenhum dos estudantes para a PENITENCIÁRIA, como foi noticiado por alguns jornais, porque para chegar a uma PENITENCIÁRIA é preciso ser JULGADO E CONDENADO. Mais uma intimidação patética que vários engoliram sem perceber.
Se você chegou até aqui e leu os artigos, tire suas conclusões, só não me espere alguém lhe explicar essa questão em 140 caracteres.
Deixo outras fontes de pesquisa:
Boa leitura.
Tico Sta Cruz

domingo, 6 de novembro de 2011

ATO EM DEFESA DA VIDA DE MARCELO FREIXO EM SÃO PAULO


Deputado pelo PSOL do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo é referência internacional no combate ao crime organizado e na defesa dos direitos humanos. Presidiu a CPI das Milícias e das Armas e foi reponsável pela prisão de policiais e parlamentares corruptos. Diante dos fortes planos para executá-lo teve que deixar o país para garantir a sua sobrevivência e continuar sua luta. Exigimos compromisso dos governantes para preservar a vida de Freixo e a luta contra as milícias! Participe! Essa é uma luta de todos!

Solidariedade ao deputado Marcelo Freixo

Dep. Janira Rocha
Hoje é um dia de tristeza para o Rio de Janeiro e para o Brasil, é triste e revoltante sabermos que temos exilados em nossos tempos. Quando um deputado Estadual, membro desta casa, um homem público no exercício de seu mandato democraticamente eleito vê-se obrigado a sair do país, algo está errado. Muito errado!

A luta de meu companheiro Marcelo Freixo, não é uma luta dele, não é um problema individual, não é uma bandeira exclusiva do PSOL é uma luta de todos nós.

É inaceitável que só agora o Governo Estadual venha manifestar-se, é inaceitável Sr. Governador Sérgio Cabral, que através da Secretaria de Segurança o senhor venha dizer que tudo foi verificado e devidamente processado.

“A secretaria de Segurança enviou uma carta à presidência da Alerj nesta segunda 31 de outubro, informando que todas as ameaças ao deputado "foram verificadas e devidamente processadas", mas, "que esse tipo de investigação, por envolver a segurança de pessoas é realizada de forma sigilosa". Freixo destacou que solicitou segurança para a família em 25 de agosto."

Olho para nosso Estado e fico indignada, como cidadã, como militante e como deputada: Jogos da copa, Olímpiadas, obras o Rio de Janeiro em festa. Circo para o nosso povo. Para um povo sem pão, sem acesso a educação pública de qualidade, sem acesso à cultura, não pode faltar espetáculos.

No camarote do circo do Governador Sérgio Cabral, os “Eiques Batistas”, a Delta, Odebrech, Grupo Facility, Nissan, CSA ... Todos a assistir Bombeiros que dão à vida, para salvar vidas sem condições de sobreviver. Policiais que garantem a lei e defendem o Estado, em mau estado, sem salários, sem condições de trabalho, sem dignidade! Oprimidos nos quartéis e mortos nas ruas! Servidores da saúde sem saúde para viver.

Agora no circo do Governador Sérgio Cabral se entrega aos leões, um deputado estadual. Por que Governador, até quando Governador!

Senhores, senhoras aqui vai um alerta, é preciso acima das bandeiras partidárias defender a democracia! Força companheiro, o povo do Rio de Janeiro está com você!

Janira Rocha – Presidente Estadual do PSOL

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terça-feira, 18 de outubro de 2011

Em Brasília, cassetetes e armas de choque contra defensores do Santuário dos Pajés

Brasil de Fato

Danielle Pereira
Brasília (DF)

Nos últimos dias, um conflito que ocorre há anos na capital federal vem finalmente ocupando algum pedaço dos noticiáros, poucas páginas da grande imprensa e relativa atenção dos brasilienses. No centro da disputa está o Setor Noroeste, uma área de proteção ambiental, com nascentes e rica fauna e flora. De um lado está uma comunidade indígena Fulni-o Tapuya, que afirma residir no local há mais de 40 anos e batalha pelo reconhecimento e demarcação da terra. Do outro, as empreiteiras Emplavi e Brasal (e todo o poder político que o dinheiro pode comprar), interessadas em erguer o mais novo e cobiçado bairro de classe média alta de Brasília, onde um metro quadrado custa em torno de R$ 8 mil.

Desde o dia 3 deste mês, o Setor Noroeste é palco de disputa entre indígenas, sociedade civil e as empreiteiras, que deram início à construção dos prédios habitacionais. Os conflitos, suspensos no dia 6 e retomados no dia 11, tiveram a participação de milicianos (liderados por um Tenente Coronel da Polícia Militar do Distrito Federal) contratados pelas construtoras. Quem explica é o advogado dos indígenas, Ariel Foina. Na última quinta (13) e sexta-feiras (14) houve mais confrontos entre índios, estudantes e funcionários da empresa.

“Indígenas foram feridos, atacados com spray de pimenta. Um deles chegou a ser amarrado e exposto para os trabalhadores, só sendo libertado por intervenção da PM”, conta o advogado.

Frente aos acontecimentos da semana passada, na sexta-feira (14) reuniram-se o Governo do Distrito Federal (GDF), a Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap), o Ministério Público Federal e a Fundação Nacional do Índio (Funai). À pedido do presidente da Associação de Construtotas, que não pôde participar, nova reunião foi remarcada para a próxima terça-feira (18). “Até lá, as obras no Setor Noroeste estão suspensas por acordo, até que haja uma reunião com todos, incluindo a Associação de Empresas da Construção Civil, Terracap, indígenas, GDF e Funai”, diz Foina.

No entanto, nesta segunda-feira (17), mais uma empreiteira, a João Fortes, decidiu entrar na disputa e agravar o quadro de violência entre índios, sociedade civil e empresários. Os confrontos duraram de 10 da manhã às duas da tarde. A empreiteira acabou recuando. Um jornalista foi eletrocutado com uma arma de choque.

De acordo com o advogado, a comunidade luta desde 1991 junto à Funai pelo direito à terra. Já no Judiciário, a batalha é travada desde 2005. Ele explica que, com o recente parecer de antropólogos reconhecendo o local como área indígena, os Fulni-o Tapuya passaram a ser atacados pelas empreiteiras. Fato este que, segundo Foina, é visto pela comunidade com preocupação, uma vez que correm o risco de serem expulsos do Noroeste antes de o Judiciário poder dar uma decisão final sobre a questão. “A situação encontra-se em armistício até que se defina a questão do tamanho da área indígena, pois o relatório antropológico feito não especificou os exatos limites da area”, explica.

Esta não foi a primeira vez que as empreiteiras Emplavi e Brasal tentaram dar início às obras na região.

Sobre intereses
Ariel Foina comenta que, apesar de ter o direito de permanecer na terra por ser comunidade indígena reconhecida, os Fulni-o não tiveram os limites do seu território demarcado pela Funai, o que teria causado a invasão da área pela Emplavi.

A empreiteira figura-se na lista dos principais financiadores da campanha política do atual governador do DF, Agnelo Queiroz (PT), que doou exatos R$ 150.880,00 à campanha petista, como é possível comprovar no site do Tribunal Regional Eleitoral.


Além disso, a Emplavi contratou para sua defesa o ex-presidente da Terracap, o advogado Antônio Gomes: “O mesmo que vendeu as terras indígenas quando presidiu a empresa durante o governo Arruda, e que, ao vendê-las, omitiu das empreiteiras que se tratavam de terrenos em área já identificada pelo Ministério Público Federal como de ocupação tradicional indígena”.

E falando no governo de José Roberto Arruda (sim ele!) e seu vice, o riquíssimo construtor Paulo Octavio), vale lembrar que foram eles os responsáveis pelo andamento dos processos (liberação de licença e licitações) no Setor Noroeste. Em 2010, a Terracap comemorou a arrecadação de 290 milhões de reais em áreas licitadas. “O Setor Noroeste foi responsável por 32% da arrecadação nesta licitação”.

Agora, com governos focados na Copa do Mundo, que terá Brasília como uma das sedes dos jogos, as preocupações dos indígenas do Noroeste aumentam, assim como a tensão na região.

Saiba mais!

Brasília atende o chamado dos Indignados e acampa em frente ao Congresso Nacional no 15.O!

Juntos!

O chamado do 15.O foi atendido no mundo todo e marcou-se como um dia histórico com uma série de manifestações de apoio ao Occupy Wall Street espalhando pelo mundo a inconformidade com o sistema financeiro sustentando pelo sistema político ainda vigente.

No Brasil, várias capitais ecoaram a idéia. Brasília, a capital do país, reuniu no 15.O dezenas de pessoas com o mesmo ideal, participar desta onda histórica e promover a sua própria ocupação e mostrar sua indignação. Foi desse cenário de revoltas e contestação que unidos em um só evento os 99% da capital do Brasil tentaram encontrar seus pontos em comum. A concentração começou por volta das 13:15h no Museu Nacional na Esplanada dos Ministérios. Grupos como Anonimos e Movimento Contra a Corrupção com cartazes contra a corrupção na política brasileira e contra os banqueiros concentraram-se na praça do Museu.

Com o JUNTOS! movimento que articulou as ações de 15.O em Brasília, com várias faixas e também um pouquinho a mais de fúria começamos o 15.O na capital federal. A caminhada do 15.O saiu do Museu Nacional em direção ao Congresso Nacional onde foi montado acampamento. Na caminhada questionávamos o sistema financeiro e os próprios pilares do capitalismo e o fim da corrupção no Brasil. Máscaras do grupo Anonymous dividiam espaço com faixas ressaltando o dia dos indignados e contra os banqueiros.

O caráter simbólico do ato de apoio a Democracia Real Já! fica claro na própria intenção dos participantes em permanecer acampados toda a noite na Esplanada em frente ao Congresso Nacional permanecendo acampados até a manhã do dia 16 de Outubro. Cabe agora as pessoas que fizeram o 15.O em Brasília e no Mundo fazer com que o evento seja bem mais do que uma ocasião social e que da indignação coletiva surja ainda que aos poucos um caminho em comum e que sejamos parte desse processo revolucionário que acontece no planeta.

*Estudante de Engenharia Florestal-UnB e Militante do JUNTOS!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

15 de Outubro é dia de luta por um mundo melhor

15 de Outubro é dia de luta por um mundo melhor, por uma Democracia Real Já!

Em Brasília, os indignados se encontraram novamente na Esplanada, no Museu da República, às 13h00 para ocupar as ruas!

Lutamos contra a corrupção, contra o desemprego, contra os bancos, por uma Democracia Real Já, por mais recurso para Educação, por outra economia!

Mais informações:

Juntos! Juventude em Luta
Democracia Real Já!
15th october
anonymous df

Marcha contra Corrupção em Brasília: mais de 20 mil nas ruas!


A população de Brasília foi as ruas mais uma vez neste feriado de 12 de outubro. Idosos, adultos, crianças, mas em sua maioria juventude, eramos mais de 20 mil pessoas lotando todas as faixas da Esplanada dos Ministérios.

A Marcha partiu do Museu da República, passou alguns minutos na Praça dos Três Poderes e finalizou retornando novamente ocupando as ruas em sentido a Rodoviária do Plano Piloto.

As fantasias, coreografias, músicas, palavra de órdens e muitas faixas simbolizavam a vontade dos marchantes de demonstrar sua indignação quanto o desvio de recursos e finalidade do Estado Brasileiro. Assim, 20 mil pessoas se colocaram a favor do fim do voto secreto no Congresso Nacional, pela Lei do Ficha Limpa, contra a imunidade parlamentar e a impunidade dada aos corruptos etc. Também estavam presentes a defesa do Santuário do Pagé, contra a especulação imobiliária perversa que covardemente tenta se impor a Justiça e a luta dos povos indígenas.

No ato foi feito o convite para a Manifestação Mundial do 15 de outubro. Os indignados presentes com faixas e palavras de órdens marcaram presença na luta contra corrupção. No dia 15, nos juntaremos a milhões do mundo todo para dizer Basta de Bancos, de Corrupção, de Miséria, de Desemprego, por mais verba para Educação, contra Belo Monte!

Fiz uma seleção de imagens que fotografei e publiquei no Picasa: Clique Aqui para Ver

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Brasília: II Marcha contra a Corrupção!


Nesta quarta-feira, 12 de outubro de 2011, mais uma vez a população de Brasília vai as ruas contra a corrupção! A Marcha saíra do Museu da República às 10 horas em direção a Praça dos Três Poderes!

Mais informações: http://www.movimentocontraacorrupcao.org.br/

Ou Fb: https://www.facebook.com/event.php?eid=249441681761599

Marcelo Freixo: mesmo ameaçado de morte, não recua de pré-candidatura para Prefeitura do Rio de Janeiro

O Globo

RIO - O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) disse nesta segunda-feira, em entrevista à rádio CBN, que não vai se intimidar diante das denúncias de que o ex-cabo da Polícia Militar, Carlos Ary Ribeiro, o Carlão, que fugiu do Batalhão Especial Prisional (BEP) em setembro, estaria articulando um plano para executá-lo . Marcelo Freixo afirmou que não recuará de seus planos de candidatura à Prefeitura do Rio.

- Acho que esse problema de subir em favelas não é só meu. Mas é um desafio. Já passei por isso na última campanha e tive que deixar de visitar comunidades dominadas por milicianos. Mas agora será diferente. Terei que ter um planejamento, mas vou enfrentar e fazer o que tem que ser feito. Temos que assumir essa fragilidade e enfrentá-la - declara Freixo.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, também comentou nesta segunda-feira a ameaça do crime organizado a magistrados e a parlamentares, como o deputado Marcelo Freixo:

- Nossos efetivos da Polícia Federal não são suficientes para que se possa fazer toda uma cobertura em território nacional de autoridades estaduais.

Freixo disse ainda que reforçou sua segurança e que já entrou em contato com o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame.

- Recebi essa informação na sexta-feira do Serviço de Inteligência da PM. As ameaças aumentaram muito depois da morte da juíza Patrícia Acioli. Essa é uma informação que veio direto da PM, por isso tenho que levá-la a sério. Estou com a segurança reforçada e tomo as minhas precauções. Estou mudando a rotina, e o que nos resta é aumentar o cuidado - afirma o deputado.

De acordo com documento reservado da Coordenadoria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública, Carlão, que é ligado a um grupo paramilitar de Campo Grande, na Zona Oeste, receberia R$ 400 mil para matar o parlamentar, que presidiu a CPI das Milícias. O ex-PM já teria feito levantamento da rotina do político, inclusive dos horários em que ele dispensa a segurança da Assembleia Legislativa do Rio.

Carlão é ligado a grupos paramilitares de Campo Grande, agora, chefiados pelo ex-PM Tony Ângelo de Aguiar. Segundo investigações da Coordenadoria de Inteligência, Tony seria o financiador do suposto plano de atentado ao parlamentar.

Carlão fugiu do BEP menos de 24 horas após a Polícia Civil e a Secretaria de Segurança desencadearem uma operação contra a milícia da Zona Oeste . Na ocasião, 19 pessoas foram presas. O nome de Carlão figurava entre os que tiveram mandados de prisão expedidos pela Justiça. No caso do ex-PM, a determinação era para que fosse transferido do BEP para Bangu 8. Carlão, entretanto, fugiu da unidade prisional da PM antes de a mudança ser concretizada.

RELEMBRE: Mesmo presos, chefes de milícias comandam quadrilhas na Zona Oeste do Rio, no estilo do tráfico

Na ocasião, o então corregedor da PM, Ronaldo Menezes, disse que o ex-cabo escapou de sua cela pelo buraco do ar-condicionado, mas não explicou como o aparelho foi recolocado no local. A versão acabou questionada por promotores da Auditoria de Justiça Militar. No BEP, o ex-PM tinha transformado sua cela em suíte, com direito a cama de casal, ar-condicionado, TV, videogame e frigobar. Quatro meses antes da fuga, policiais da corregedoria e promotores encontraram um celular e um notebook na cela do ex-PM.

Suspeita de favorecimento dentro de unidade prisional

Um levantamento da Promotoria da Auditoria Militar revela que as fugas de quatro ex-PMs - entre eles, Carlão -- presos no BEP aconteceram às vésperas de transferências deles para presídios comuns. Para a promotora Isabella Pena Lucas, isso evidencia a prática de favorecimento na unidade:

- Não estou falando de um caso isolado, mas de quatro fugas que aconteceram quando esses ex-PMs seriam transferidos para o sistema prisional - ressaltou Isabella.

Comissão indiciou 225 pessoas

A CPI das Milícias, presidida por Marcelo Freixo, indiciou 225 pessoas, entre elas políticos, policiais civis e militares, além de bombeiros. O trabalho da comissão trouxe à tona o domínio territorial de vários desses grupos paramilitares. Principalmente em Campo Grande, onde os irmãos Natalino e Jerônimo Guimarães, respectivamente, ex-deputado estadual e ex-vereador, chefiavam a maior milícia da região. As investigações da comissão, associadas a inquéritos da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), resultaram nas prisões dos políticos e de vários integrantes da milícia.

Apesar de enfraquecido, o grupo paramilitar de Campo Grande continua atuando. O ex-PM Tony Ângelo de Aguiar estaria por trás do crime que era planejado contra o parlamentar, atendendo a ordens de Natalino, Jerominho e Ricardo da Cruz Teixeira, o Batman. Todos condenados e presos em penitenciárias federais fora do estado.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/10/10/freixo-diz-que-nao-vai-recuar-de-candidatura-prefeitura-do-rio-diante-da-descoberta-de-plano-para-mata-lo-925543602.asp#ixzz1aQW7gGkD
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domingo, 9 de outubro de 2011

15 de outubro (15.O) – Porto Alegre: Ocupar a Praça da Matriz

Juntos!

Com o intuito de unir os indignados do mundo e exigir uma sociedade realmente democrática, os espanhóis da plataforma Democracia Real Ya estão convocando pessoas do mundo inteiro para participar do Dia Mundial de Acampamentos em Praças, que acontece no próximo dia 15 de Outubro. Em Porto Alegre e em várias outras cidades do Brasil, esse chamado foi atendido pelo movimento JUNTOS!, que em parceria com outras entidades, já está trabalhando na organização do acampamento.

Desde o começo desse ano, a partir das mobilizações populares que ainda estão em curso na Tunísia e no Egito, a revolta com o mundo em que vivemos se disseminou para outros países do globo. No mundo árabe, isso se expressou a partir da luta contra as ditaduras que oprimiam a população. Na Europa, ganhou cada vez mais força como resposta às políticas de retiradas de direitos da população e o alto índice de desemprego da juventude. Na América Latina, milhões de chilenos saíram às ruas em defesa de uma educação gratuita e de qualidade. No Brasil, cresce a indignação com a precarização da vida, a inflação, o endividamento das famílias e crescem também as lutas por educação, transporte e moradia. A “apatia” dos brasileiros está dando lugar a uma onda crescente de mobilizações. Começou em Jirau nas obras do PAC, passou pelos bombeiros do Rio, pelos atos do fora Ricardo Teixeira, chegando à ocupação de Reitorias de Universidades pelo país todo. Mais recentemente, acompanhamos a greve dos técnico-administrativos das Universidades Federais, dos Correios e, agora, dos bancários.
Democracia Real para acabar com os privilégios dos banqueiros e dos políticos, para acabar com a corrupção seja no futebol, seja na política. É preciso acabar com as desigualdades sociais, a miséria e o descaso com grande parte do povo. É necessário que se ampliem os meios de participação da população em todas as decisões fundamentais dos seus países.

Todas essas demandas, que extrapolam os limites das fronteiras de cada país, agora irão convergir em um só dia, em um só tema. Em homenagem à iniciativa dos espanhóis, que ocuparam a Praça Porta do Sol no dia 15 de maio desse ano, gritando a uma só voz “Não somos mercadoria nas mãos de políticos e banqueiros!”, o mundo agora se une para protagonizar um momento que certamente será histórico: ocupar as praças do mundo todo por DEMOCRACIA REAL JÁ!

No dia 15 de Outubro, a partir das 13h, todos que quiserem participar desse acampamento se encontrarão no Monumento Expedicionário, na Redenção. Depois seguiremos em caminhada até a Praça da Matriz, lugar onde será montado o acampamento dos indignados. Durante o dia, irá ocorrer uma intensa programação cultural, com oficinas, rodas de debate e pocket shows. No domingo pela manhã, o movimento voltará em passeata para a redenção, para encerrar o ato.

O Músico Tonho Crocco que há pouco tempo se indignou publicamente com o aumento do salário dos deputados do Rio Grande do Sul já confirmou presença no acampamento. Inclusive gravou um vídeo para a divulgação.

domingo, 22 de maio de 2011

Corrupção em Campinas

CONTRA A CORRUPÇÃO. TEMOS VERGONHA NA CARA E EXIGIMOS PUNIÇÃO E A DEVOLUÇÃO DO DINHEIRO ROUBADO!QUEREMOS JUSTIÇA!
MARCELA MOREIRA – ex-vereadora do PSOL
Sinto-me com a alma lavada. Será que a justiça será feita neste país? Será que ela chegou à Campinas?
Faz sete anos que denunciei a corrupção em Campinas, enquanto quase todos bajulavam essa prefeitura, seja para fazer parte da farra, seja para pegar as migalhas que caiam do banquete farto do desvio do dinheiro público. Eu não, estava lá, denuciando, nadando contra a corrente, protocolando denúncia junto ao MP, fazendo ato na frente da prefeitura, com poucos. Alguns me viam e diziam “deixa disso, não vai dar em nada”. É, deu, a casa caiu e, hoje, tenho uma das melhores notícias de minha vida: a Corregedoria da Polícia Civil e promotores públicos estaduais cercaram a prefeitura e querem prender integrantes de maior calibre e da mais alta esfera da “quadrilha” que tomou conta da prefeitura municipal de Campinas. É importante ressaltar que isso só foi possível devido à conivência de boa parte da Câmara Municipal que não cumpriu seu papel constitucional de fiscalizar para onde ia nosso dinheiro.
Faz sete anos que denuncio a venda da nossa cidade, escândalos no governo, venalidades da gestão fraudulenta, os desmandos, a apropriação privada do dinheiro público para interesses privados e o enriquecimento ilícito dessa “quadrilha”. Agora muitos vão se levantar para dizer que não faziam parte do “trato”, da corrupção passiva/ativa, nem que se beneficiaram com as migalhas de desvio de dinheiro público. Fiquemos atentos, pois quem faz parte dessa administração é conivente com o roubo, que, além de ilegal, é imoral, é um pecado e não é menos culpado quem é cúmplice no silêncio permissivo. O ditado popular bem diz que “quem cala, consente” – vamos lembrar quem são: PDT – PT – PMDB – DEM – PTB – PP – PPS – PR – PC do B – PSC – PMN – PRP - PV. O problema não está somente nos ladrões que roubam, mas também naqueles que dissimularam e consentiram com os roubos quando estes eram praticados, ou somente - e isso basta - por serem sabedores desses delitos depois de feitos e não terem denunciado. Lembre-se que não é apenas uma sopa de letrinhas, anotem essas siglas num papel bem grande e colem na geladeira, memorizem esses partidos que há muito nos roubam “na cara dura” e na próxima eleição vão aparecer nas nossas casas, em nossos trabalhos, em nossas escolas, faculdades, para pedir “nossa confiança. Pior, vão aparecer com campanhas caras, lindas, pagando cabo eleitoral, fazendo festas, churrascos, oferecendo cargos comissionados. E como pagam tudo isso? Certamente, com nosso dinheiro, nossos impostos, que deveriam ser destinados para garantir aumento de salário para os servidores públicos municipais, para abrir creche em período integral, garantir escola bem equipada, médico e toda a equipe de saúde da família no centro de saúde, cultura, arte, esporte, assistência social, transporte efetivamente público e de qualidade. Enfim, que vivêssemos com dignidade. Não estamos pedindo esmola, estamos reivindicando o que nos é de direito. O dinheiro vai para os cofres da prefeitura e agora ficou transparente para quais “cuecas” estavam indo. E a polícia ainda não chegou ao chefe da quadrilha, ainda falta pegar o Dr. Hélio. Achava-se “senhor de tudo”, ledo engano.
Se Toninho estivesse vivo estaria comemorando. Foi assassinado há quase 10 anos porque lutou para que nossa cidade fosse do povo e não dos “grandes”. Foi da época em que o PT significava partido dos trabalhadores e não o partido dos traidores e que há muito se lambuza na sujeira e não tem mais um mártir em suas fileiras, mas sim um foragido. Com todo respeito que tenho aos companheiros honestos e lutadores que permanecem no PT, não dá mais para alimentar ilusões. Repito, há cumplicidade no silêncio permissivo. Se eu estivesse no PT, teria mandato. Saí porque não me calei nem concordei com mensalões, nem que o PT se tornasse submisso, subserviente e participasse da quadrilha do governo do Dr. Hélio. Perdi o mandato, mas não minha dignidade, minha honra. Dormi e durmo tranqüila porque escolhi o POVO. E mais uma vez venho às ruas porque é aí que construímos a História.
Contato: bastadecorrupcaoemcampinas@gmail.com