sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Enquanto isto na Grécia....

Mídia Independente

Sindicato pelego grego é ocupado

A sede da GSEE em Atenas está ocupada desde às 8 horas da manhã

Desde às 8 horas da manhã de hoje (17), trabalhadores de base ocuparam a sede da poderosa e pelega GSEE (Confederação Geral de Trabalhadores da Grécia) em Atenas. Os ocupantes explicaram que "é o momento de acabar com a mediação dos sindicatos amarelos que não representam ninguém. Acabemos com a mentira midiática dos 50 mascarados, a revolta continua viva".

Eles ainda declararam que a sede da GSEE foi transformada em "Espaço Liberado de todos os trabalhadores do país", e que hoje acontecerá uma assembléia aberta a partir das 18h.

Este é o comunicado emidito pelos ocupantes:

Ou decidimos nossa história ou deixamos que eles decidam por nós.

Nós, trabalhadores braçais, empregados, desempregados, temporários, locais ou imigrantes, não somos passivos telespectadores. Desde o assassinato de Alexandros Grigoropoulos na noite do último sábado (6), nós participamos nas manifestações, nos confrontos com a polícia, nas ocupações do centro e dos bairros. Diversas vezes tivemos que deixar o trabalho e nossas obrigações diárias para tomar às ruas com os estudantes, os universitários e os outros proletários em luta.

Temos decidido ocupar a sede da GSEE:

- Para tornar-se um espaço de expressão livre e um ponto de encontro para os trabalhadores.

- Para desmentir a falácia estendida pelos meios de comunicação que nos coloca, os trabalhadores, à margem dos enfrentamentos, e que define a fúria destes dias como questão de alguns 500 "encapuzados", "hooligans" ou qualquer outra história, enquanto as telas de televisão nos apresentam como vítimas do enfrentamento, enquanto a crise capitalista na Grécia e em toda parte do mundo dá origem a incontáveis demissões de trabalhadores que os meios de comunicação e seus executivos tratam como um "fenômeno natural".

- Para destroçar e revelar o papel da burocracia sindical no momento de subestimar a insurreição, e não só aí. O GSEE e todo o mecanismo sindical que o apoiou durante décadas e décadas, subestima as lutas, negocia nossa mão-de-obra por migalhas e perpetua o sistema de exploração e escravidão assalariada. A posição do GSEE na passada quarta-feira foi bastante reveladora: o GSEE cancelou a manifestação de trabalhadores que foi programada, desistindo da organização de uma pequena reunião na praça Syntagma, garantido desta maneira que as pessoas fossem embora o quanto antes da praça, já que tinham medo que os trabalhadores fossem infectados pelo vírus da rebelião.

- Para abrir este espaço pela primeira vez -como uma continuação da abertura social gerada pela rebelião em si- um espaço construído com nossas contribuições, e de que fomos excluídos. Durante todos estes anos nós confiamos nossos destinos em salvadores de todas as pelagens, e acabamos perdendo nossa dignidade. Como trabalhadores devemos começar a assumir nossas responsabilidades, e deixar de ceder nossas esperanças a bons líderes ou representantes "eleitos". Devemos fazer-nos com a nossa própria voz, encontrar-nos e reunirmo-nos, articular, decidir, e agir. Contra o ataque generalizado que sofremos. A criação de resistências coletivas "de base" é o único caminho.

- Para espalhar a idéia de auto-organização e a solidariedade nos postos de trabalho, nos comitês de luta e as práticas coletivas desde baixo, abolindo os burocratas sindicais.

- Todos estes anos nós engolimos a miséria, a complacência, a violência no trabalho. Fomos acostumados a contar os incapacitados e os nossos mortos -no mal chamado "acidentes de trabalho. Acabamo-nos sendo acostumados a olhar o outro lado ante da morte dos imigrantes -nosso companheiros de classe-. Estamos cansados de viver com a ansiedade de ter que garantir um salário, algumas rendas, e uma pensão que agora parece um sonho distante.

Igualmente lutamos para não abandonar nossas vidas nas mãos dos chefes e dos representantes sindicais, da mesma maneira, nós, não abandonaremos os rebeldes detidos nas mãos do Estado e do sistema jurídico.

Imediata libertação sem cargas dos detidos e auto-organização dos trabalhadores!

Greve Geral!

Assembléia de Trabalhadores do Edifício "Liberado" da GSEE

Quarta-feira, 17 de dezembro de 2008, às 18 horas

Assembléia Geral de Trabalhadores Insurgentes


A situação na ocupação da sede da GSEE (Confederação Geral de Trabalhadores da Grécia) em Atenas, é tensa. Há poucas horas um grupo de 100 sindicalistas a mando do Partido Comunista Grego (Kommounistiko Komma Elladas - KKE) e do direitista Nea Dimokratia (Nova Democracia - NA), tentaram recuperar o edifício a força. Mas foram rechaçados pelos companheiros que estão mobilizados na ocupação, com a ajuda de anarquistas da Universidade Ocupada de ASSOE, que chegaram para apoiá-los cantando lemas de solidariedade..

A tradução da faixa colada na fachada do edifício (foto em anexo), diz:

Desde os acidentes de trabalho, até os assassinatos a sangre frio.

Estado e Capital Assassinam.

Liberdade sem cargos para todos os rebeldes detidos.

Greve Geral.

A auto-rganização dos trabalhadores será o túmulo de todos os amos.

Assembléia Geral de Trabalhadores Insurgentes.

Protesto diante da Acrópole

A Acrópole de Atenas ? um dos maiores monumentos da Antigüidade e o mais visitado da Grécia ? amanheceu nesta quarta-feira (17) com duas faixas penduradas sobre muros para convocar novas manifestações de resistência contra a polícia e o governo, na próxima quinta-feira.

As faixas afixadas na Acrópole traziam slogans escritos em grego, inglês, italiano e alemão, com os dizeres: "Resistência" e "18 de Dezembro, Manifestação de Solidariedade em toda a Europa".

Fotos, aqui: http://athens.indymedia.org/front.php3?lang=el&article_id=948621

Em Atenas...

Manifestantes apedrejaram e queimaram com coquetéis molotov um ônibus da polícia no bairro de Mijalakopulu, enquanto diante dos tribunais de Atenas um grupo de jovens encapuzados lançaram pedras, ovos e farinha contra os agentes.

Supermercado é expropriado

Em Tessalônica, cerca de 20 anarquistas encapuzados expropriaram hoje um supermercado, de onde levaram comida e produtos de primeira necessidade para depois dividi-los entre as pessoas mais necessitadas da região.

Carros em chamas

Em Pátras, o advogado do policial concedeu uma conferência de imprensa no estádio de futebol do Pampeloponisiako. Ao redor de 500 pessoas se reuniram do lado de fora do local; incendiaram carros e ergueram barricadas. A polícia revidou com gás lacrimogêneo.

Intervenção em Iraklio (Ilha de Creta) e mais...

Hoje de manhã, companheiros ocuparam o equipamento de som da Prefeitura de Iraklio. Durante estes dias, todos os anos pelos alto-falantes colocados em todo o centro histórico da cidade se ouvidos cânticos natalinos, de festas, que acompanha todo esse ambiente imundo de puro consumismo. Mas hoje de manhã não. ...

Todas as pessoas que foram fazer suas compras pelo centro da cidade estiveram escutando os textos de protestos que foram editados por todas as assembléias ao longo da Grécia, e música "revolucionária".

As pessoas estavam um pouco perdidas, olhando em direção ao céu para ver de onde vinha todo aquele som "raro", esta sabotagem preciosa...

Enquanto isso...

Em Loanina, as assembléias dos departamentos ocupados da Universidade, decidiram ocupar a Prefeitura da cidade hoje de manhã...

Na cidade de Volos, nova manifestação nesta tarde, às 18h.

Na ilha de Santorini, as pessoas ocuparam o edifício da Fazenda Pública.

Caras de pau, Porcos, Assassinos

Hoje de manhã a polícia atacou uma concentração pacifica no judiciário de Evelpidon, em Atenas. Quando as pessoas concentradas decidiram ser retirar, receberam o ataque da polícia antidistúrbios, sem que houvesse tido qualquer provocação previamente. Atacaram e golpearam estudantes de 14 e 15 anos.

Brigadas antidistúrbios é atacada

Fotos do ataque ontem (16), no quartel das brigadas antidistúrbios no distrito de Kasarianí, em Atenas: http://athens.indymedia.org/front.php3?lang=el&article_id=948494

Fotos de Pátras ontem (16), de uma manifestação bastante concorrida, de 2 bancos e de uma seguradora atacada: http://athens.indymedia.org/front.php3?lang=el&article_id=947989

Lojas terão que fechar

O presidente dos comerciantes de Atenas, Panagotis Karelas, disse hoje que um terço das lojas próximas à Universidade Politécnica, epicentro dos distúrbios, terá que fechar. A venda nos comércios do centro de Atenas desceu 80%, em uma época na qual se faz a metade do faturamento de todo o ano.

Um segundo policial teria atirado, também, em Alexis

A imprensa informou hoje que as investigações sobre a morte de Grigoropulos mostram a possibilidade de que um segundo policial, presente no momento do incidente, tivesse atirado também.

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agência de notícias anarquistas-ana

por entre as vinhas,
ele abraça mais forte
e beija mais doce...

Rosa Clement

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