Mandato Luciana Genro PSOL/RS
Fusão de empresas deixa país à mercê dos cartéis
Nesta sexta-feira, o grupo Pão de Açúcar, que já havia comprado em junho o Ponto Frio, anunciou a fusão com as Casas Bahia. Assim, o grupo terá 1.582 lojas, em 337 municípios, de 18 estados, e no Distrito Federal, com 140 mil funcionários e faturamento anual de R$ 40 bilhões. Enquanto isso, o Cade – Conselho Administrativo de Defesa Econômica, sobrecarregado com a grande quantidade de fusões e aquisições no mercado, e com pouquíssimo pessoal, demora para julgar tais operações. E quando julga, tende a aprová-las.
O alto nível de oligopolização do mercado brasileiro torna ainda menor o poder de barganha dos consumidores e trabalhadores das empresas, aumentando o poder da burguesia nacional. Desta forma, um grande número de produtos termina sendo vendido por poucas ou uma só empresa, e não há concorrência. Assim os empresários podem definir mais livremente os preços de diversos produtos, inclusive aqueles essenciais à sobrevivência.
E, depois, o Banco Central ainda alega que tem de subir os juros para controlar a inflação, fazendo a festa do setor financeiro.
‘Minha Casa Minha Vida’ somente atende a 1,4% da demanda
De março a novembro, o programa ‘Minha Casa Minha Vida’ somente financiou 176 mil casas, frente a uma meta total de 1 milhão de casas. Porém, o déficit habitacional brasileiro é de 8 milhões, segundo o próprio Ministério das Cidades. Além disso, existem no país mais 11,2 milhões de moradias inadequadas, ou seja, com carência de serviços como energia elétrica, abastecimento de água, rede de esgoto, falta de coleta de lixo, qualidade ruim do material de cobertura, ausência de banheiro ou em local indevido.
Além do mais, analisando-se os números do programa, vemos que ele não foi direcionado para o público-alvo correto. Enquanto as famílias com renda de até três salários mínimos respondem por mais de 90% do déficit habitacional brasileiro, essa faixa somente financiou 102 mil imóveis. Portanto, até o momento, o Minha Casa Minha Vida atendeu somente a 1,4% da demanda dessa faixa de renda, sem sequer considerarmos a demanda proveniente dos domicílios inadequados.
Servidores públicos preparam greve
Com suas reivindicações não atendidas pelo governo Lula, que descumpriu acordos, servidores públicos ligados a 10 órgãos preparam um levante contra o governo federal. Alguns exemplos são os técnicos administrativos do Ministério do Trabalho (que paralisaram superintendências regionais do Trabalho no Distrito Federal e em 22 estados), servidores do Inpi – Instituto Nacional da Propriedade Industrial, do Inmetro – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, da Ciência e Tecnologia, administrativos do Ministério da Fazenda, da Tecnologia Militar, funcionários do Ministério do Meio Ambiente, do Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e do Instituto Chico Mendes, e os servidores do FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.
Enquanto o governo tenta dizer que o país vai bem, os servidores públicos mais uma vez se mobilizam em grande número, para mostrar quem está pagando pela crise.
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