Com o auditório Teotônio Vilela lotado de estudantes, professores, servidores públicos, sindicalistas e representantes de entidades da sociedade civil, o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz participou, na noite do dia 15/06 na Assembleia Legislativa, de um ato de solidariedade ao seu nome e de um debate sobre a corrupção no Brasil , organizado pelo deputado Carlos Giannazi (PSOL).
Principal responsável pelas investigações da PF na Operação Satiagraha, que resultou nas prisões do banqueiro Daniel Dantas, do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e do investidor Naji Nahas, Protógenes dividiu a mesa com os delegados da Polícia Civil Sérgio Marcos Roque, presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (ADPESP) e José Martins Leal, presidente do S indicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (SINDPESP). Além deles e do deputado, tiveram assento o membro da executiva nacional do partido e representante, no encontro, da deputada federal Luciana Genro, Roberto Robaina, e Mauricio Costa, representante do movimento social de cursinhos populares ( rede Emancipa).
Giannazi pontuou a ação do delegado nesta e noutras operações as quais ele participou como sendo uma contribuição inquestionável de ética e lisura aos brasileiros por conta dos procedimentos adotados por Protógenes. Ele reiterou que a mídia e setores políticos do governo federal tentaram, de todo modo, desqualificar e acabar com a carreira deste servidor público. “A atuação do delegado Protógenes Queiroz mostrou que é possível se fazer uma investigação de qualidade no Brasil e que, quando se quer trabalhar com ética e responsabilidade, mesmo que tal trabalho resulte em desmandos, a população sabe reconhecer o valor disso. Não é exagero algum, a um país como o nosso, ter o delegado como herói nacional, ao invés de tê-lo, como muitos querem, como um perseguido e passível de punição”.
Os membros da mesa, no conjunto dos pronunciamentos, disseram que a mesma corrupção endêmica que assola a nação não pega em muitos políticos e outros tantos servidores que honram o cargo público que ocupam. O trabalho do delegado também foi lembrado pela prisão do ex-governador e atual deputado federal Paulo Maluf — que ficou encarcerado por 40 dias na Polícia Federal — e de seu filho, pelo desmantelamento das máfias chinesa e russa ramificadas no país e pela prisão do ex-deputado federal Hildebrando Pascoal, entre outras ações.
Dentro da lei
O delegado da PF iniciou sua fala se solidarizando com uma assembleia de estudantes e funcionários que, na mesma hora, acontecia na USP. Prosseguindo, ele chamou a atenção sobre o que seus críticos chamam de ‘fábrica de escândalos’ dizendo que quando há documentos e investigações comprovando ‘acordos nefastos’ não há como não condenar os envolvidos. Em seguida, Protógenes fez uma alusão ao pacto republicano assinado há meses pelos três poderes da república como um ‘ato (inócuo e) organizado’. “Que momento político trágico estamos vivendo hoje no Brasil’, desabafou”.
Por fim a plateia presente fez o uso da palavra para manifestações, muitas delas diretamente direcionadas ao delegado, que relevaram o espírito público que norteara sua ação nos processos até então por ele encampados. Na iminência de ser deliberadamente excluído dos quadros da PF, como ele mesmo noticiou, Protógenes foi ovacionado no final e recebeu congratulações pelo seu trabalho à frente da Polícia Federal.
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