quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Manifestação em frente à Syngenta, em Paulínia

Em apoio ao MST a juventude do PSOL estava presente no ato

Hoje, às 7hs da manhã, teve início o ato em frente à transnacional Syngenta, em Paulínia. Líderes do MST reuniram companheiros de vários movimentos -- Conlutas, MTST --, sindicatos -- dos químicos unificados, dos metalúrgicos -- e partidos -- PSOL e PSTU -- para um ato de indignação pelo assassinato do membro da Via Campesina, Valmir Mota de Oliveira, 42 anos. Além deste caso, os membros do MST denunciaram e continuam denunciando o cultivo ilegal de sementes transgênicas da Syngenta.

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Entenda o caso

Histórico --
o campo de experimento da Syngenta havia sido ocupado pelos camponeses em março de 2006 para denunciar o cultivo ilegal de sementes transgências de soja e milho. A ocupação tornou os crimes da transnacional conhecidos em todo o mundo. Após 16 meses de resistência, no dia 18 de julho deste ano, as 70 famílias desocuparam a área, se deslocando para um local provisório no assentamento Olga Benário, também em Santa Tereza do Oeste (PR).


Assassinato -- No dia 21/10/2007, por volta das 13h30, o acampamento da Via Campesina, no campo de experimentos transgênicos da Syngenta, em Santa Tereza do Oeste (PR), foi atacado por uma milícia armada. No massacre, o militante do MST e membro da Via Campesina, Valmir Mota de Oliveira, 42 anos (conhecido como Keno), foi executado à queima-roupa com dois tiros no peito. Os trabalhadores Gentil Couto Vieira, Jonas Gomes de Queiroz, Domingos Barretos, Izabel Nascimento de Souza e Hudson Cardin foram gravemente feridos.
Fonte: comunicação MST

Apoio
Requião diz que Syngenta nunca foi bem-vinda no Paraná

O governador Roberto Requião disse em reunião do secretariado hoje (30) pela manhã que a multinacional Syngenta não é "bem-vinda" no Paraná. A declaração foi feita quando o Requião falou sobre o conflito que terminou nas mortes do sem-terra Valmir Mota de Oliveira e do segurança Fábio Ferreira de Souza na fazenda da multinacional Syngenta e deixou 7 pessoas feridas em Santa Tereza do Oeste, no oeste do estado. Segundo ele, o MST teria se mobilizado para fazer a ocupação na área para apoiar a determinação anunciada pelo governo da França, que reforçou o controle sobre os transgênicos e agrotóxicos impedindo empresas como a Syngenta de investir neste setor no país.

Roberto Requião disse que o MST pretendia fazer uma ocupação rápida, mas o ato terminou na execução de um integrante do MST. Ele comparou a ação das milícias contratadas pelos fazendeiros com o filme Tropa de Elite.

Fui informado pela Polícia Civil que um manifestante foi executado. Ele foi colocado de joelhos e executado com um tiro na nuca. Isso nos remete à violência de milícias como a apresentada no filme Tropa de Elite. Essas empresas de capital estrangeiro acham que podem vir para o Brasil e fazer o que quiserem, mas aqui no Paraná, não", afirmou ele. " Aqui estas ações de extermínio serão punidas com rigor pela lei. Eu já ordenei ao Secretário de Segurança do Estado que envie à Cascavel três delegados que irão cuidar das investigações, para que não haja interferências locais no caso".
Fonte: Rádio CBN

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O ato acabou por volta das 11h30. A empresa não permitiu que os ônibus com os trabalhadores da fábrica chegassem ao local enquanto a manifestação estivesse por lá. A juventude do PSOL e a vereadora Marcela Moreira estiveram presentes durante o ato. A polícia militar e a guarda municipal de Paulínia estavam presentes no local.
A vereadora Marcela Moreira foi enfática ao se posicionar sobre o papel da segurança "Vocês, policiais e guardas municipais, estão aqui para proteger quem? O bem público ou a iniciativa privada? Vocês deveriam estar cuidando da segurança da população e não aqui para garantir o lucro de meia-dúzia que detém o capital".
Cláudia, líder do MST, explicou o caso do companheiro assassinado e fez denúncias contra o cultivo de sementes transgências pela Syngenta: "Vocês vêm para o Brasil fazer experiências ilegais com sementes transgênicas e prejudicam nossos agricultores e, mais ainda, também a nossa população! E contratam empresas para bater nos nossos trabalhadores. Vocês estão mais para 'Sujenta'!".

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