sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Viva Che!!!!

Queimar a Veja!!!!!
Isto mesmo! Poderíamos fazer um ato em Memória a Che Guevara fazendo uma grande fogueira com pilhas de bobagens escritas (e não falo somente em relativo ao Che, basta pegar qualquer número desta porcaria chamada revista Veja)!!!!!

Aí vai um artigo massa:

Che Guevara abençoe a Amazônia!

Extra! Extra! LYNCHA a Veja! “Há que endurecer-se, mas sem jamais perder a ternura.", Che Guevara

Marcela Moreira

Terça-feira, dia 9 de outubro. Para alguns essa data nada significa, apenas mais um dia no calendário. Vou além, além data! Dia 9 de outubro de 1967 morria Ernesto Guevara Lynch de la Serna, mais conhecido como Che Guevara. Coincidentemente, estudando trabalhos do artista plástico Flávio de Carvalho, um amigo me contou que, ao relatar uma de suas intervenções, Flávio escrevera a palavra linchar com Y. LYNCHA. Foi assim que descreveu a reação da população diante de sua manifestação pública, pois foi isso que quiseram fazer com ele: linchar!
Vamos ao dicionário da língua portuguesa. ‘Linchamento: trucidamento de alguém pela multidão enfurecida’. Este processo sumário de julgamento e execução é originário dos Estados Unidos da América, e é conhecido como "lei de Lynch". O termo linchamento origina-se do nome de Charles Lynch, fazendeiro da Virgínia na segunda metade do século XVIII que, durante a guerra da independência dos Estados Unidos, instituiu um tribunal irregular que mandava para a forca cidadãos ainda leais à Inglaterra, e que também passou a julgar ladrões de gado e assassinos.
E foi aí que Che surgiu-me à mente: Ernesto Guevara LYNCH de la Serna! Lyncha! Lyncha! Lycha! É exatamente isso que a revista Veja desta semana faz com Che. Simplesmente lyncha! (me permitirei escrever com Y). Depois de ler centenas de inverdades em diversas publicações, ainda somos obrigados a ver esse tipo de posicionamento estampado nas bancas deste Brasil. Recuso-me a ficar calada diante destes “fatos” (falhos, diga-se de passagem). Um amigo disse-me o seguinte: “desmoralizar alguém baseado em preconceito é a arte da elite”.
Agora pergunto a todos vocês: lembram-se do senhor Fulgêncio Batista? Acredito que não. É mais fácil lembrarem da famosa foto de Che Guevara, captada por Alberto Korda, e agora estampada em camisetas, biquínis e tatuagens. Concordo que a imagem de Che banalizou-se, mas não pela sua História e sim pela ignorância popular. Pergunto novamente: quantos desses rapazes barbudos que usam boinas a ‘La Guevara’ sabem realmente quem foi Che? Mais simples ainda: quantos de vocês que usam camisetas estampadas sabem o que foi a Revolução Cubana ou quem ganhou? Novamente: quem foi Fulgêncio Batista?
Vou contar para vocês. Presidente de Cuba por duas vezes, Fulgêncio, em março de 1952, se mostrou um verdadeiro ditador (não digo isso baseada em minha subjetividade e sim em relatos históricos, ou seja, fatos). Passou então a governar como um verdadeiro repressor, contando com o reconhecimento diplomático dos EUA (leia-se: ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA) – qualquer semelhança com a atualidade é mera coincidência. Instaurou um regime autoritário, mandou prender os seus opositores e restringiu a liberdade através do controle da imprensa, da universidade e do congresso. Ou seja, implantou um regime ditatorial e repressivo. Sem contar a tutela política que os EUA exerciam sobre Cuba, controlando e subordinando comércio, exército e toda economia. E sabem quem libertou Cuba? Che Guevara em apoio a Fidel Castro, líderes da revolução que ficaram conhecidos como os “barbudos” em janeiro de 1959.
Foi aí que Cuba finalmente rompeu seus laços com os EUA e estreitou relações com a União Soviética, fato que resultaria no isolamento do País cubano. Pois bem, vamos à morte de Che Guevara. Morreu na Bolívia por um exército, mas adivinhem quem patrocinou a captura e o assassinato? A CIA (EUA). Alguma semelhança? Sim. Tenho mais semelhanças. Que tal a estrela vermelha em destaque na capa da revista? Infundados juízos de valor, julgamentos e subjetividades baseadas em políticas neoliberais e capitalistas. Agora, pergunto: quem comanda invasões no Irã, no Iraque? E quem comanda certas questões mundiais? Enquanto vocês pensam, eu peço a proteção de Che, que ele proteja nossa Amazônia!
O filósofo francês Jean-Paul Sartre exaltou Che como "o mais completo ser humano de nossa era". Lutar pela igualdade e pela liberdade de um País é algo digno de reverências eternas. Querem destruir o “mito”, como assim o intitulam na reportagem. Mas de mitos eu entendo bem. “O mito o ajuda a colocar sua mente em contato com a experiência de estar vivo. Ele lhe diz o que a experiência é”, Joseph Campbell em ‘O Poder do Mito’. Che nada mais é do que objeto da experiência, da consagração. E se fosse realmente perfeito não o adoraríamos (enquanto ídolo). E se é ídolo, há ideal! E sempre haverá um ideal! Nós, seres humanos, precisamos de um apelo para adoração e no caso de Che vem a sua militância, histórico de guerrilhas e própria história de vida, todos agregados a sofrimento. Peço a benção de nosso querido Ernesto Guevara LYNCH de la Serna. Diante de tudo isso, veja bem caro leitor. Lyncha! Lyncha! Lyncha a VEJA! Amém.

Nenhum comentário: