Declaração da Secretaria de Relações Internacionais do PSOL sobre o massacre ao povo palestino, perpetrado pelo Estado sionista de Israel.
1. O estado sionista de Israel deu demonstrações de que está decidido a levar adiante o maior massacre genocida desde a Guerra dos Seis Dias. Seus bombardeios causaram já mais de trezentas e cinqüenta mortes, milhares de feridos e destruição de casas, edificios, e um hospital. Seus tanques se preparam para entrar em uma zona sitiada, que está cercada como se fosse um grande campo de concentração. Seu ministro da defesa declarou que Gaza é uma zona fechada e que seu país está em guerra total contra o Hamas, em uma ação prolongada. Impediu, inclusive, a cobertura de mais de quatrocentos jornalistas. Em outras palavras, isto quer dizer guerra total contra o povo Palestino e autoridades legítimas, eleitas pelo mesmo, já que o Hamas foi eleito pelo voto popular em 2006, expressando a vontade majoritária do povo palestino.
2. Com a trégua de seis meses acordada, o Hamas mostrou sua disposição de negociar com Israel. O governo de Olmert, pelo contrário, utilizou a mesma para preparar a matança. Contra a mentira que esta circulando da chamada "opinião pública mundial" que Hamas rompeu a tregua, foi o governo israelense quem o fiz, não apenas porque manteve o cerco de Gaza, mas também porque bombardeou sua fronteira com o Egito para destruir túneis pelos quais os Palestinos recebiam seus alimentos e petrechos desde o Egito.3. Este massacre não faz mais que confirmar a legitimidade da luta do povo palestino para recuperar seus territórios usurpados. O estado de Israel mostra mais uma vez que é um estado que se sustenta com base no militarismo e no terror, que viola os direitos humanos, desacatando ate também a decisão da ONU que obrigava de entregar as zonas ocupadas em 1967.
4. A chamada “comunidade internacional”, começando pelo bloco de negociação dos quatro (ONU, EUA, UE e Rússia), tem dado provas de sua aberta parcialidade em favor de Israel seja pelo alinhamento direto dos Estados Unidos e a cumplicidade de outros. O governo de Bush foi quem mais ostensivamente o praticou, declarando apoio a Israel e a seu massacre, dizendo que o Hamas é terrorista, enquanto Obama permanece em um silêncio cúmplice. Porém, não foram os únicos. Os países como Egito, Arábia Saudita e Jordânia são também responsáveis por este massacre. Não por coincidência a ministra de relações exteriores (e próxima candidata a presidente) Tzipi Livni se reuniu com Mubarak dias antes de começar o massacre.
5. Este papel traidor de governos árabes em relação a causa palestina contrasta com o enorme heroísmo, disposição e capacidade de luta que existe e já se provou nas Intifadas e na atual heróica resistência em Gaza, transcendendo ao todo o mundo árabe e muçulmano. Há apenas um ano e meio, esse mesmo exército que se prepara para entrar em Gaza, foi derrotado quando após os bombardeios similares, invadiu o sul do Líbano e teve que se retirar, superado nos combates pela milícia popular do Hezbolah. Uma das causas desta ofensiva em Gaza é recuperar a moral perdida nesta derrota, que mostrou ao mundo que é possível derrotar ao exército sionista. Só a cumplicidade das grandes potencias e a traição do mundo árabe explicará que Israel possa seguir com sua incursão sobre a Faixa de Gaza.
6. Sejam quais forem os resultados imediatos da atual escalada assassina, este poder com base no terrorismo de Estado a historia mostra que não poderá se sustentar. O poderio militar dos EUA sucumbiu e não pode com o Afeganistão nem com Iraque. O mesmo poderá acontecer desta vez. Nem o maior horror causado a um povo poderá matar a causa palestina. Cada morto do Hamas, cada crime cometido, faz com que se formem mais e mais militantes da causa palestina e que se unam as massas muçulmanas xiitas e sunitas, como já está acontecendo entre Hamas e Hezbolah.
7. O governo bolivariano da Venezuela, mais uma vez, deu um exemplo com sua declaração contundente de “solidariedade ao Povo Palestino e seu chamado a comunidade internacional, para empreender uma campanha de massivo repúdio a estas infames ações violentas, através das quais se busca aniquilar a esperança de vida de um povo inteiro”.
O PSOL convoca o desenvolvimento desta campanha, em todas as frentes em nosso país. Tornamos pública nossa solidariedade com as autoridades Palestinas e toda a comunidade árabe no Brasil. O PSOL realiza o chamado para construir todo o tipo de ações de repúdios, campanhas e manifestações públicas nas ruas e diante das embaixadas e consulados dos Estados Unidos e Israel.
Pedro Fuentes é Secretário de Relações Internacionais do PSOL
Nenhum comentário:
Postar um comentário