Reportagem:
01/05/2008 - 15h28
Morales nacionaliza três petrolíferas e companhia telefônica Entel
EFE
Em La Paz
Com os decretos promulgados por Morales em um ato na Plaza Murillo, em La Paz, o Estado boliviano passa a controlar 50% mais uma das ações da Chaco, do grupo British Petroleum (BP), e da Transredes, controlada pela britânica Ashmore e a anglo-holandesa Shell.
Além disso, o Estado também adquire 100% do capital da Companhia Logística de Hidrocarbonetos, que estava em mãos de investidores peruanos e alemães, e da telefônica Entel, filial de Telecom.
Os anúncios feitos hoje pelo líder coincidem com o segundo aniversário da nacionalização dos hidrocarbonetos que ele mesmo decretou em 1º de maio de 2006 e que, para os críticos, é uma simples reforma tributária.
A negociação para recuperar o controle das três petrolíferas mencionadas e de outra administrada por uma filial da hispano-argentina Repsol YPF começou há vários meses, mas o prazo definitivo para concretizar esse processo venceu na meia-noite de ontem.
Minutos antes de divulgar as novas nacionalizações, o Governo Morales e executivos da Repsol YPF assinaram um contrato, que prevê que o Estado boliviano recuperará o controle de sua filial Andina, cuja administração e gestão serão compartilhadas.
A surpresa do dia foi a nacionalização da Empresa Nacional de Telecomunicações (Entel), que possui 50% de participação da companhia telefônica Telecom.
Em janeiro de 2007, Morales anunciou a nacionalização da Entel, mas as negociações se estagnaram depois que a multinacional italiana apresentou um processo de arbitragem diante do Centro Internacional de Regra de Diferenças Relativas a Investimentos (Ciadi), que a Bolívia abandonou no ano passado.
"Tentamos dialogar e negociar com a Telecom. Os ministros fizeram muitos esforços", disse o chefe de Estado, ao justificar sua decisão.
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