"O papel da televisão é ajudar a Coca-Cola [Company] a vender seu produto" "Existem muitas maneiras de se falar sobre televisão. Mas numa perspectiva'business', sejamos realistas: basicamente, o papel [métier] de nosso canal de televisão2,é de ajudar a Coca-Cola, por exemplo, a vender seu produto", estima Sr.Patrício.
"Ora, para que uma mensagem publicitária seja captada, é preciso que o cérebro do telespectador esteja disponível. Nossas emissões têm como vocação [missão]torná-lo disponível: quer dizer diverti-lo, relaxá-lo para prepará-lo entre duas mensagens [propagandas] . Aquilo que vendemos à Coca-Cola, é [parte do]tempo de cérebro humano disponível", prossegue o presidente do canal 1.
"Nada é mais difícil do que obter esta disponibilidade. É aí que se encontra a mudança permanente. É preciso buscar permanentemente [constantemente] programas que funcionem, seguir as modas, surfar sobre as tendências, num contexto em que a informação se acelera, se multiplica e se banaliza. A televisão é uma atividade sem memória. Se comparamos esta indústria à indústria de automóveis,por exemplo, para um construtor de automóveis, o processo de criação é bem mais lento; e se seu veículo é um sucesso, ele ao menos terá tempo de saborea-lo. Nós, nós nem temos tempo pra isso", constata Patrício T.F.
"Tudo passa pelos índices de audiência. Nós somos o único produto no mundo que 'conhece' seus clientes por segundo, depois de um prazo de vinte e quatro horas", goza enfim o presidente T.F. As declarações acima são de Patrick Le Lay, que era na época o presidente de TF1, o canal de televisão francês de maior audiência. Elas aparecem num livro desses de "management" cujo título é "Os dirigentes diante da mudança"3, publicado em maio de 2004 na França. Dentre os vinte "patrões" entrevistados tinham magnatas da telefonia (Michel Bon, ex-France Télécom), de banco (Michel Pébereau,BNP-Paribas) , de seguradora (Henri de Castries AXA). O prefácio é do presidente do Medef (Movimento das Empresas da França), na época, Ernest-Antoine Seillière.
1 nome fictício dado a Patrick LE LAY, presidente do canal francês TF1, privatizado em 1986.
As citações foram traduzidas tal e qual apareceram no artigo da AFP (AgenceFrance Press), do dia 9 de julho de 2004.Traduzido e adaptado por André HENRIQUES.
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