terça-feira, 10 de junho de 2008

PSOL entra com pedido de impeachment de Yeda Crusius

Correio do Brasil

A Executiva gaúcha do PSOL, após reunião realizada na véspera, em Porto Alegre, protocolou nesta terça-feira, na Assembléia legislativa do Estado, o pedido de impeachment da governadora Yeda Crusius (PSDB). Em meio a uma série de protestos contra um possível esquema de corrupção que vigora no governo tucano, a medida atinge o seu ponto máximo com a decisão do PSOL de tentar cassar o mandato da governadora.

A decisão foi comunicada pela deputada federal Luciana Genro (PSOL-RS) ao vice-governador gaúcho Paulo Feijó (DEM), adversário de Yeda. O partido propõe que sejam realizadas novas eleições, o que dependeria da renúncia de Feijó que, segundo observadores da cena política, estaria disposto a deixar o cargo.

- Já deixei claro que meu interesse não é atingir ou derrubar a governadora - disse Feijó.

Segundo Feijó, o empresário Lair Ferst, um dos suspeitos de desvio de dinheiro no esquema do Detran gaúcho, integrava do comitê de arrecadação de verbas para a campanha de Yeda, em 2006. Na sexta, o vice-governador havia adicionado mais lenha à fogueira política do RS ao divulgar uma gravação que derrubou o chefe da Casa Civil de Yeda, Cézar Busatto. Yeda e seus assessores negam que Ferst tenha captado recursos para a campanha.

Militantes da CUT participaram, na manhã desta terça-feira, de manifestação diante do Palácio Piratini, a sede do governo gaúcho. O movimento, iniciado na segunda, prega que a sociedade gaúcha deve se manifestar contra "um dos maiores escândalos já vividos no Estado". Na véspera, o petista Raul Pont também manifestou apoio à tese de impeachment da governadora tucana, prometendo pedir à CPI do Detran, que apura o caso, que mostre que ocorreu um "crime eleitoral" em 2006.

No sábado, a governadora assinou a exoneração de quatro assessores: Cézar Busatto, ex-chefe da Casa Civil, Delson Martini, ex-secretário-geral de Governo, Marcelo Cavalcante, ex-chefe do escritório do Estado em Brasília, e coronel Nilson Bueno ex-comandante-geral da Brigada Militar.

Segundo Yeda, a série de exonerações foi uma resposta à crise política agravada na semana passada com a divulgação de grampos telefônicos feitos pela Polícia Federal e de conversa mantida entre vice-governador e Busatto, que reconhece o uso de estatais no financiamento de campanhas eleitorais. Em gravação divulgada na semana passada, o ex-chefe da Casa Civil menciona o PP e o PMDB (os maiores partidos da base aliada de Yeda) como beneficiários da prática em órgãos estatais que comandam, o Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) e o Departamento Estadual de Trânsito (Detran).

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