segunda-feira, 7 de abril de 2008

Pela readmissão imediata dos funcionários demitidos!

Cinco funcionários da Serviços Digitais foram demitidos após uma paralisação. Nesta sexta-feira, 04 de abril, as unidades de atendimento do bilhete único, administrados pela empresa Serviços Digitais que presta serviço para SPtrans (São Paulo transportes), se depararam com uma paralisação de funcionários que durou cerca de uma hora. Houve uma boa adesão por parte dos funcionários apesar da fragilidade na organização que encerrou a paralisação com a promessa do diretor da empresa em fazer uma reunião para discutir as reivindicações.

Não é a primeira vez que estes trabalhadores se mobilizam diante das ameaças a seus direitos por parte desta empresa que no ano passado com a ajuda do sindicato tentou convencer os funcionários de que passarem a trabalhar em regime de cooperativa seria vantajoso.

O Sindpress, sindicato dos prestadores de serviço de são Paulo, ligado a Força Sindical, que deveria representar a categoria, esteve mais uma vez ausente neste processo de mobilização, o que é uma prática comum dessa entidade, que em geral está ao lado da empresa.

Diante da situação em que se encontram as condições de trabalho nesta empresa os funcionários se viram obrigados a se moverem e viram na paralisação uma forma de serem ouvidos.

Seguindo a lógica do mercado capitalista que visa apenas o lucro, a empresa Serviços Digitais vem adotando uma política de redução de custos aonde a conta está sendo cada vez mais paga pelos trabalhadores.

A terceirização é uma dos métodos usados para privatizar o serviço público e cortar os gastos. Cada vez que o contrato é renovado, as empresas competem quem faz o contrato mais barato. Ao mesmo tempo a empresa quer garantir seu lucro. Quem sai perdendo são os trabalhadores, que cada vez vêem seus direitos retirados e os usuários, com o rebaixamento da qualidade do serviço. Quando a Serviços Digitais assumiu o serviço da SPtrans em 2005, os trabalhadores perderam vários direitos, ao mesmo tempo que o trabalho aumentou consideravelmente, com a introdução do bilhete único.

A atual situação é de enxugamento no quadro de funcionários, o que tem gerado esgotamento físico e mental, acúmulo de tarefas, afastamento médico, quebra de caixa (falta de dinheiro no caixa) e perda salarial.

A última peripécia cometida por parte da empresa na tentativa de diminuir os quebras de caixa dos funcionários foi a de suspender a cesta-básica quando verificada tal falta. Ou seja, o funcionário será punido duas vezes por ter cometido um erro que é na maioria das vezes causado pelo estresse gerado pelo alto nível de exploração ao qual está submetido.

Compreendemos que esta iniciativa por partes destes funcionários é importante e mostra que os trabalhadores estão insatisfeitos e dispostos a mudarem essa realidade.

Mas não podemos esquecer que sem a organização e união dos trabalhadores, esse movimento pode ser facilmente esmagado pela empresa e frear um processo de luta que nasce nesse momento.

A prometida reunião para ouvir as reivindicações transformou-se na demissão de cinco (05) funcionários no dia seguinte. Vale ressaltar que três funcionários que foram desligados da empresa não fizeram parte da paralisação.

É importante citar aqui as palavras do senhor Edson Goulart, responsável pelo RH da empresa, que deixam claros os motivos das demissões: ”Você não faz mais parte do quadro de funcionários devido ao acontecido de ontem”.(Referindo-se a paralisação).

A paralisação foi só um primeiro passo. Para conseguirmos garantir que a empresa atenda as nossas reivindicações, vai ser preciso continuar a luta, e de uma maneira mais organizada. Também vai ser importante garantir apoio de outros setores combativos, que também são afetados pela mesma política de privatizações e retiradas de direitos, como os metroviários.

Participe você também dessa luta! Envie e-mail para: trabalhadoressdnaluta@gmail.com
Mande e-mails de protesto, exigindo a readmissão dos funcionários demitidos para: urbano.esteves@trendseng.com.br e sptrans@sptrans.com.br
• Contra a criminalização do movimentos sociais – readmissão dos funcionários demitidos;

• Contratação de funcionários e fim do acúmulo de funções;

• Não ao desconto da cesta-básica por motivo de quebra de caixa e de atrasos, pois cesta-básica é um direito adquirido e não um bônus;

• Aumento de salário e do vale-refeição;

• Contra qualquer tipo de repressão aos funcionários pelo direito de organização dos trabalhadores;

• Melhores condições de trabalho(móveis adequados, ventiladores, ar-condicionado)

• Respeito aos funcionários e participação real nas decisões da empresa.

MOVIMENTO DA JUVENTUDE TRABALHADORA- MJT

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